(Divulgação)
Disputado desde 1915, o Campeonato Mineiro entra no centenário (a 101ª edição) como um "modelo" para o País. Em meio às discussões sobre um calendário nacional mais enxuto, a CBF, que descarta extinguir os estaduais, estabeleceu o Mineiro como o ideal – pelo formato que agrada tanto os clubes grandes quanto os pequenos. Pela quinta vez consecutiva, o Mineiro repetirá a fórmula, que mescla a regularidade dos pontos corridos e a imprevisibilidade do “mata-mata”. Tudo isso distribuído em 15 datas, que não comprometem a pré-temporada dos clubes que terão um calendário cheio e minimizam o impacto naqueles que não sabem como será o segundo semestre. A fórmula com menor duração do Estadual é apontada como um dos motivos do sucesso de Atlético e Cruzeiro nas últimas temporadas, nas quais os clubes dominaram o cenário esportivo no país. Por outro lado, também permitiu que outros clubes de Minas fossem campeões em esferas menores. Além da disputa local, o Mineiro destina duas vagas à Série D aos clubes que obtiveram melhor classificação e não disputarão divisões superiores nacionais na mesma temporada. Foi graças a uma dessas vagas que o Tupi pôde disputar a Série D em 2011 e faturou o caneco. O mesmo ocorreu com o Tombense, que é o atual detentor do título e está classificado para a Série C deste ano. Para o diretor de futebol do Tombense, Leandro Gaviolle, o modelo consegue agradar, mesmo com suas peculiaridades. “Óbvio que a fórmula é ótima para quem tem calendário para o ano todo, principalmente por ser mais enxuta. Porém, para quem não tem, dá a possibilidade de lutar por outros objetivos. Acredito que agrada, sim, aos dois lados.” Disputa pelo topo Melhores times do país nos dois últimos anos, Atlético e Cruzeiro têm um motivo a mais para se focar na briga caseira nesta temporada: qual clube terá a hegemonia da década de 2010? Até o momento, cada lado levantou o caneco duas vezes. O Galo faturou o bi consecutivo em 2012 e 2013, enquanto a Raposa fez a festa em 2011 e 2014. Ao longo da história centenária, o Mineiro pode ser dividido por eras de hegemonia. O início avassalador do América marca as décadas de 1910 e 1920, quando o clube levantou dez dos 15 canecos que soma. Depois, veio o domínio atleticano nas décadas de 1930, 1940 e 1950. As décadas de 1960 e 1970 trouxeram o Mineirão e a ascensão do Cruzeiro, que dominou o período.