Para manter vivo o sonho de disputar os Jogos Olímpicos de 2016, a esgrimista Giulia Gasparin resolveu pedir pela internet doações para que possa ir treinar em janeiro na Hungria e depois disputar dois torneios, um satélite em Istambul e uma etapa de Copa do Mundo em Atenas. Além de se aprimorar, ela pode ganhar preciosos pontos no ranking e, assim, ficar mais perto da Olimpíada no Rio. "Esse projeto surgiu porque estava precisando participar de um campeonato para buscar resultados", conta.
O único recurso que a atleta tem é o bolsa atleta de R$ 1.850,00, bancado pelo governo federal. Com isso, ela paga o aluguel, comida e despesas básicas para viver em Porto Alegre, para onde decidiu ir para ficar mais perto do técnico cubano Juan Velásquez, que está na Sogipa. A curitibana deixou a família para trás e apostou tudo na mudança. "Vim sozinha, porque em Curitiba, na minha arma, não tinha com quem treinar. Quero ir para Olimpíada, quero uma coisa maior, e precisava mudar de cidade", afirma a esgrimista de 23 anos, que luta com o sabre.
Para tentar fazer o intercâmbio na Europa, ela precisa arrecadar US$ 4 mil, cerca de R$ 10.380,00. Já conseguiu 15% disso graças às doações de amigos e conhecidos. Em contrapartida, oferece cartões postais, lembranças dos países pelos quais passar e outras coisas, de acordo com a quantia de contribuição dada. Se alguma empresa der uma quantia superior a US$ 1 mil por exemplo, promete estampar a logomarca em seus uniformes durante a estadia.
Giulia tem mais 48 dias para conseguir o valor total. Ela mostra, para conseguir o dinheiro, a mesma determinação que teve para mergulhar de cabeça em uma modalidade pouco difundida no Brasil. "Comecei a praticar e me encantei. Aí fui campeã brasileira juvenil e passei a acreditar mais", diz.
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