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A Justiça norte-americana está disposta a oferecer a José Maria Marin um acordo de delação premiada se ele for extraditado para os Estados Unidos, o que poderia causar um terremoto no futebol brasileiro. Fontes ligadas ao processo confirmaram que a proposta deve ser feita considerando que Marin, de 83 anos, pode se interessar por um acordo para reduzir uma eventual pena de 20 anos de prisão.
Marin foi presidente da CBF e também do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo, responsável por todos os contratos do Mundial. No Departamento de Justiça dos Estados Unidos ele é apontado como um dos que pediram subornos para conceder acordos comerciais. Mas ligados a ele em partes do processo ainda guardadas sob sigilo estão outros dirigentes brasileiros, sul-americanos e da Fifa.
Em Zurique, advogados já se preparam para esta opção. Com 83 anos, Marin poderia pegar até 20 anos de prisão nos Estados Unidos. Mas uma delação premiada reduziria de forma significativa esse tempo de detenção. Os norte-americanos pediriam a ele mais informações sobre contratos comerciais e, em especial, sobre o envolvimento de outros dirigentes.
A Agência Estado revelou na semana passada que a Justiça norte-americana tenta colher informações sobre as relações entre Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, e Ricardo Teixeira, a partir de 2007 - quando o Brasil começou a se preparar para a Copa do Mundo de 2014.
Deixado em Zurique pela CBF, Marin chegou a se queixar de ter sido o único preso entre os brasileiros. Marco Polo Del Nero já tentou se afastar do caso, alegando que não tinha papel na gestão de Marin. Mas e-mails de empresários revelam que Del Nero era considerado "o homem forte" na CBF desde a renúncia de Ricardo Teixeira, em março de 2012.
O uruguaio Eugenio Figueredo, ex-presidente da Conmebol e que substituiu o argentino Julio Grondona no Comitê Executivo da Fifa, também deve receber proposta para fazer um acordo de delação premiada com a Justiça norte-americana. Assim como Marin, ele tem 83 anos.
Não por acaso, foi a Conmebol que rapidamente saiu em busca de um advogado em Zurique para os dirigentes. O responsável por esta busca foi seu diretor legal, Gorki Villar, filho do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Angel Maria Villar - que é apontado nos informes internos da Fifa como não tendo colaborado nas investigações sobre a designação da Copa de 2018.
Na Fifa, o clima é de tensão não apenas por conta da crise, mas diante do risco de que novas revelações sejam feitas pelas pessoas detidas. "Há um clima de traição", contou um alto funcionário da entidade.
Segundo o New York Times, o FBI tem esperança de que os cartolas que forem extraditados para os Estados Unidos colaborem com outras investigações que poderiam conduzir a Justiça até Joseph Blatter, presidente da Fifa.
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