(Samuel Costa)
Glover Teixeira já escreveu o nome na história do esporte mineiro ao se tornar o primeiro lutador do estado a disputar um cinturão da principal franquia do MMA. Seis meses após a derrota para o norte-americano Jon Jones, o atleta de Sobrália, no Vale do Rio Doce, tenta se recolocar nos trilhos rumo ao título. Para isso, volta a subir no octógono neste sábado para a co-luta principal do UFC 179, no Rio de Janeiro, contra o americano Phil Davis.
Na disputa pelo topo entre os meio pesados (até 93kg), em abril deste ano, Glover foi derrotado por decisão unânime dos árbitros, após cinco rounds. Por isso, o próximo desafio tem um gostinho especial para o mineiro, já que esta será a primeira vez desde 2005 que ele lutará depois de um revés.
“Adoro lutar, independente de estar vindo de derrota. Mas não vou mentir. Quero muito essa luta para apagar aquela noite”, garante o mineiro, que permaneceu invicto por nove anos, de 2005 a 2014.
Com 34 anos, 22 vitórias e apenas três derrotas, Glover sabe que não pode desperdiçar a oportunidade se quiser voltar a ter uma chance de ser campeão do UFC.
“Na minha, idade não há muito tempo antes que meu corpo comece a me cobrar”, avalia o lutador. Humilde, ele sabe que não pode exigir uma nova luta pelo cinturão tão cedo. “Atualmente, não penso no título, só em vencer o Davis. Mas acredito que, com três vitórias seguidas, voltarei a disputar o cinturão”, calcula.
Por falar no adversário, Glover sabe que Phil Davis será um ótimo desafio. O americano é um atleta que há muito tempo figura entre os melhores da categoria e é conhecido pelo wrestling de alto nível. “Ele é famoso por amarrar suas lutas, mas cabe a mim não deixar que isso aconteça. Vou pressioná-lo desde o início para ele errar o jogo e eu encaixar minha estratégia e conseguir um nocaute”, planeja o mineiro.
Minientrevista - Glover Teixeira
O que você aprendeu com a queda para Jones?
Aprendi muita coisa, mas o mais importante é que não posso perder a minha confiança em momento algum. Também mudei algumas coisas no meu treinamento. Afinal, quando a gente perde, temos que consertar os erros que cometemos.
Muitos dizem que você nunca derrotou um lutador bom de wrestling (luta olímpica). Você concorda com isso?
Acho que o Ryan Bader preencheu esse fator. Além disso, para a luta contra o Jones, treinei muito com o Royal, que é um lutador olímpico. Não lutamos wrestling, nossa luta é o MMA. Por isso, tenho que me preparar em todas as áreas.
Que pontos fracos você pretende explorar no jogo do Phil Davis?
Vou pressioná-lo desde o início para forçá-lo a errar seu jogo e eu encaixar a minha estratégia. Mas a minha tática sempre é enfiar a mão na cara dele e vencer por nocaute.