Estrutura para TV obriga América, Atlético e Cruzeiro em estádios, afirma diretor técnico da FMF

Alexandre Simões
@oalexsimoes
16/06/2020 às 18:20.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:47
 (Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

(Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

“América, Atlético e Cruzeiro têm de jogar em estádios os seus jogos finais pelo Campeonato Mineiro, quando a competição voltar, por causa da estrutura necessária para a transmissão pela televisão. A emissora pode mudar de ideia em relação a isso? Pode. Mas a chance é próxima de zero”, afirma Leonardo Barbosa, diretor técnico da Federação Mineira de Futebol (FMF) e que trabalha nas propostas que serão apresentadas à Secretaria de Estado da Saúde (SES), em reunião nesta quarta-feira (17), na Cidade Administrativa, para o retorno do Módulo I, parado há três meses.Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético

Um jogo de TV aberta, segundo diretor técnico da FMF, tem mais de 40 profissionais da emissora que transmite os jogos trabalhando e 16 câmeras. Os CTs dos clubes não têm estrutura para receber por este motivo

Segundo o dirigente da FMF, o número mínimo de profissionais envolvidos numa transmissão ao vivo é de 30 pessoas, mas numa final ou num clássico entre Atlético e Cruzeiro, por exemplo, esse número passa de 40: “Nos jogos do pay-per-view são oito câmeras. Nas transmissões pela TV aberta, esse número passa para 16. E o padrão de qualidade deles é muito grande. Depois de tanto tempo parado, vão querer entregar o melhor produto possível na casa das pessoas e aos assinantes”.

Em relação a essa definição de jogos dos clubes de Belo Horizonte em estádios, Leonardo Barbosa acredita que entra até a marca da competição: “Fazemos em Minas Gerais o terceiro maior estadual do Brasil. Temos um nome a zelar, toda uma história”.

Segundo o dirigente da FMF, o Atlético está construindo um estádio no Campo 7 da Cidade do Galo e pensou em mandar jogos no local. Isso só seria possível caso a competição tenha cada time jogando na sua cidade, pois se Belo Horizonte for a sede única, os mandos de campo passam a ser da entidade.

Além disso, Barbosa afirma que o clube teria de convencer a emissora que faz a transmissão das partidas a trabalhar em seu centro de treinamento.

“A Alemanha voltou o futebol, Espanha, Itália, Portugal, e todo mundo jogando em estádio. O CT do Bayern é ruim? O da Juventus? O Real Madrid jogou no estádio dentro do seu CT porque o Santiago Bernabeu está em reforma”, lembra Leonardo Barbosa.

Clássico

O dirigente usa como exemplo o clássico decisivo entre América e Atlético, que será logo na volta da competição, pois é válido pela décima rodada. “Imagina, depois de tanto tempo sem futebol, vamos ter um América e Atlético, provavelmente num domingo, às 16h, com TV aberta. Serão 16 câmeras. Vai jogar num centro de treinamentos? Impossível isso”, exemplifica Leonardo Barbosa.

Segundo o dirigente, quando acontecer a definição de como o Campeonato Mineiro poderá voltar, a entidade será parceira dos clubes na negociação por taxas com os dois estádios da capital (Mineirão e Independência).

Ele revela ainda, que por parte da FMF, a ideia é reduzir drasticamente o custo dos jogos: “Num jogo normal de Mineiro, temos cerca de 40 pessoas no nosso quadro móvel. Nas partidas com portões fechados, esse número deve cair para quatro ou cinco, no máximo”, afirma Barbosa.

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