Mais do que liderar o Circuito Mundial durante boa parte do ano e chegar dependendo apenas de si para ser campeão do mundo na última etapa, Gabriel Medina conseguiu ganhar o respeito de seus adversários. Antes o garoto de Maresias era considerado um atleta que só tinha bons resultados em um certo tipo de onda, mas seu desempenho este ano, em todos os tipos, chamou a atenção.
Kelly Slater, 11 vezes campeão mundial, também está na briga pelo troféu da temporada no Billabong Pipe Masters. Mas já percebe as dificuldades que terá. "Eu quero ganhar, seria incrível. Mas acredito que um título do Gabriel seria bom para todo mundo. É sangue novo. Nos últimos anos, eu, Mick e Joel (Parkinson) tivemos tanto sucesso que acho até que fica meio chato para quem está assistindo ver os mesmos caras ganhando."
Fanning é mais próximo do brasileiro. Como os dois são patrocinados pela Rip Curl, estão tendo contato há anos no Circuito e o australiano enxerga um pouco de participação no bom momento de Medina. "Se Gabriel conquistar coisas e brilhar, eu me sentirei honrado. Será incrível. Mas ainda tem de chegar e fazer isso na água."
No ano passado Fanning foi campeão do mundo no Havaí e Gabriel viu tudo de perto. O garoto confessou que foi "inspirador" participar dessa conquista. O australiano sempre dá conselhos, mas sabe que o brasileiro terá de andar com as próprias pernas.
"Mesmo que alguém tenha dito algo, não significa que vai acontecer. Tem de ir atrás. E acho que é isso que ele está fazendo, tem trabalhado duro. Ele teve um ano difícil em 2013, mas está muito bem neste. É o primeiro do ranking mundial e estou orgulhoso", diz.
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