(Divulgação/Conmebol)
O ex-presidente da Conmebol, Eugenio Figueredo, já está de volta à prisão. Por causa de um mal estar, ele foi internado em um hospital de Montevidéu, onde realizou alguns exames médicos, mas recebeu alta neste sábado (26). Quem confirmou a “troca de endereço” foi a advogada do ex-cartola, Karen Pintos.
Sem entrar em detalhes sobre o estado de saúde do cliente, a advogada afirmou à que Figueredo está bem e seguirá em cárcere aguardando o desenrolar do processo. Enquanto a defesa pede a prisão domiciliar, alegando as condições de saúde do ex-dirigente, o grupo da promotoria estuda uma pena de
dois a até quinze anos em regime fechado.
“Ele teve alta e já está na prisão. Foi internado por causa de um mal estar, passou por exames e recebeu alta”, falou a advogada Karen, que na última quinta-feira acompanhou Figueredo em sua primeira audiência diante do tribunal de Montevidéu para ser julgado por crimes como lavagem
de dinheiro e recebimento de propina.
Segundo escreveu o promotor Juan Gómez, encarregado pelo caso em Montevidéu, Figueiredo “reconhece que são evidentes as movimentações indevidas de dinheiro na Confederação e pelos contratos que esta assinava. Ao assumir a presidência, procurou ‘legalizar’ o ‘dinheiro sujo’ que dividiam em uma rede de corrupção que arruinou o futebol sul-americano”, resumiu.
Figueredo estava preso na Suíça, mas foi extraditado para o Uruguai na última quinta-feira. Depois de passar a noite de Natal na prisão, o acusado alegou problemas de saúdo na sexta-feira e acabou hospitalizado.
Confissão começou após extradição
Sob custódia da Justiça há praticamente sete meses, Eugenio Figueredo, ex-presidente da Conmebol, começou a revelar os meandros do esquema corrupto que vem desviando milhões há pelo menos duas décadas.
Extraditado ao Uruguai na última semana após ter sido preso com outros sete dirigentes em Zurique, ainda em maio, Figueredo admitiu no tribunal ter recebido propinas para a manutenção de um sistema de lavagem de dinheiro. Aos 83 anos, o ex-mandatário ainda tenta recorrer a uma prisão domiciliar, mas pode ficar recluso em cárcere por até quinze anos.
O relatório escrito pela promotoria após a audiência também pontuou que “desde a época que assumiu o cargo no Comitê Executivo da Conmebol, (Figueredo) recebia importantes somas de dinheiro, em função de um esquema no qual participavam diversos integrantes da entidade, com a finalidade de manter um status quo de uma forma perversa de corrupção”.
A perpetuação dessa estrutura impedia a distribuição de cotas de televisão e direitos de transmissão a outras empresas, causando uma centralização dos interesses. Há cerca de dois anos, o sindicato de jogadores profissionais do Uruguai e os clubes nacionais entraram com uma denúncia contra uma série de dirigentes, entre eles Figueredo, por conta desta polêmica.