William, ex-zagueiro e capitão do Corinthians, despediu-se dos gramados no final de 2010 e não participou do inédito título da Libertadores neste ano. Mas nem por isso se arrepende da decisão tomada e vai torcer pelos companheiros no Mundial de Clubes em dezembro, talvez até pessoalmente.
"Claro que dá uma saudade do campo, mas arrependimento carrego poucos na minha vida. Quando tomei a decisão de parar, não podia vislumbrar o sucesso da equipe. Só que logo que parei também teve o episódio do Tolima", conta.
Logo após pendurar as chuteiras, William ficou quatro meses em Londres, estudando, e mais dois em Malta. Depois, decidiu fazer um mochilão pela Europa e ficou três meses viajando por 15 países. "Fiquei muito em hostel, para ter uma viagem mais econômica, mas também porque é o melhor lugar para se conhecer pessoas. Isso foi fantástico, não gastei muito e aproveitei", explica.
Ele ainda teve tempo para visitar clubes de futebol, como o Milan e o Liverpool, a fim de entender um pouco melhor a formação de atletas e conhecer de perto as categorias de base. Sempre que pode, também vai ao Corinthians e conversa com seus antigos companheiros. Como um bom entendedor do futebol, sabe que a missão da equipe no Japão não será fácil.
"O Corinthians não deve mudar a forma como joga, que é interessante. Mas acredito que a semifinal vai causar mais problemas, porque é uma partida que se joga com muita obrigação de vencer. Vai ter de adiantar a linha de marcação e com isso acaba se expondo", disse.
Para ele, o Chelsea da atualidade é bem melhor que o time que venceu a Liga dos Campeões da Europa. "Eu vi a partida contra o Barcelona no estádio e estou acompanhando agora. O Chelsea mudou muito, fez uma reformulação, ficou mais leve e rápido, o que é até pior para o Corinthians. Acho o time melhor do que o que ganhou a Liga dos Campeões. O time não apresentava esse futebol. Agora tem variações táticas e vai ser difícil."
Atualmente, William trabalha com consultoria financeira na Bawm Investments. Entre seus clientes estão muitos jogadores de futebol e ele tenta ajudá-los a garantir uma renda futura para quando pararem de atuar. "Eu tive sorte e instrução na minha carreira. De 15 anos que atuei como profissional, joguei nove em time pequeno. Mas aí pude estudar. Quando estava aprendendo a lidar com dinheiro, tinha pouco. Depois, quando passei a ganhar mais, criei um padrão para mim, conversando com amigos que estudei na faculdade de ciências contábeis para ver qual era uma renda para manter um padrão de vida razoável."
Com isso, ele desenvolveu um conhecimento sobre o tema que aplica em sua vida e tenta ajudar os jogadores, que têm uma data para parar e vão depender da renda acumulada no futebol. Até por esse novo trabalho, William ainda não sabe se poderá estar presente na disputa do Mundial de Clubes. "Ainda não está certo que vou, pois tenho alguns compromissos e dezembro é um mês que consigo visitar muitos clientes. Vamos ver", conclui William, que também pretende ir para a África do Sul nos próximos meses para fazer um trabalho voluntário.
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