Eleita a melhor atleta do ano no Prêmio Brasil Olímpico, realizado na noite da última terça-feira, no Rio, Sheilla comemorou muito a honraria depois de ter se consagrado com a seleção brasileira feminina de vôlei que conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Londres. Ela admitiu que estava ansiosa pelo fato de que concorria com dois nomes que também brilharam de forma expressiva na Olimpíada: a medalhista de ouro no judô, Sarah Menezes, e a de bronze no pentatlo moderno, Yane Marques.
"Estou muito feliz em ganhar este prêmio. Confesso que estava bastante tensa porque concorri com duas meninas muito fortes. Quero compartilhar essa conquista com todas as jogadoras da seleção e ao técnico, já que se trata de um esporte coletivo", afirmou Sheilla, dedicando o prêmio dado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) à avó.
Vencedora na disputa do voto popular com Sarah Menezes e Yane Marques, Sheilla vinha fazendo campanha forte nas redes sociais para pedir voto nos últimos dias. E, vencedora, a jogadora foi exaltada por José Roberto Guimarães, que faturou o prêmio de técnico do ano após conduzir o Brasil a mais um ouro olímpico no vôlei.
"A Sheilla merece esse prêmio. Ela foi fundamental na conquista do ouro olímpico em Londres. Basta lembrar que ela salvou cinco dos seis match points da Rússia nas quartas de final. O voleibol é um esporte coletivo, mas tem momentos de individualismo", enfatizou o comandante, que também foi medalhista de ouro na Olimpíada de Pequim, em 2008, e nos Jogos de Barcelona, em 1992, quando esteve à frente da seleção masculina.
Já o ginasta Arthur Zanetti, que foi eleito o atleta do ano na premiação do COB após conquistar o ouro nas argolas dos Jogos de Londres, comemorou o reconhecimento pela sua grande temporada, na qual também faturou a medalha de prata na Copa do Mundo de Cottbus, na Alemanha. "É um prazer enorme receber o Prêmio Brasil Olímpico. Queria agradecer a todos que torceram por mim e aqueles que me ajudaram, principalmente meus companheiros de equipe. A ginástica é um esporte individual, mas sem eles eu não teria conseguido", enfatizou.
E Zanetti ficou sabendo que havia vencido apenas um pouco antes do anúncio. Por uma confusão da organização, somente Sheilla já tinha sido anunciada como ganhadora no feminino e o telão já exibia imagens dos dois. Finalmente chamado ao palco para receber o prêmio, ele ainda reconheceu: "Meu objetivo era conquistar uma medalha olímpica, não esperava que fosse a de ouro".
O ginasta também encarou com bom humor a diferença de altura, evidente no palco, em relação à Sheilla durante a premiação: 1,56m contra 1,85m da jogadora. "É engraçado, mesmo. A diferença é muito grande. Mas fazer o que? No meu esporte tem de ser baixinho", sorriu. Na disputa pelo voto popular, Zanetti desbancou Esquiva Falcão, prata no boxe em Londres, e o nadador Thiago Pereira, também medalhista de prata nesta última Olimpíada.
http://www.estadao.com.br