Preocupada com denúncias envolvendo o técnico Alberto Salazar, a federação britânica de atletismo vai investigar o histórico médico do corredor Mo Farah, campeão olímpico e mundial dos 5.000 e dos 10.000 metros. A entidade está preocupada com as suspeitas que recaem sobre Salazar, técnico do astro do atletismo britânico.
Na semana passada, uma reportagem publicada pela ProPublica, organização norte-americana especializada em jornalismo investigativo, e pela BBC acusava o treinador de estimular o doping entre seus atletas no Nike Oregon Project, nos Estados Unidos.
Salazar é acusado por Steve Magness, seu ex-assistente, de violar as regras antidoping e de encorajar o doping de atletas, como Galen Rupp, medalha de prata nos 10.000 metros nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 - perdeu justamente de Mo Farah. O treinador e Rupp negam as acusações.
A reportagem não cita nenhuma suspeita sobre Mo Farah, mas a federação britânica de atletismo teme que as denúncias manchem a reputação do corredor. Por essa razão, pretendem investigar todo o histórico do atleta, como "amostras de sangue, informações sobre suplementos, tudo que envolve tratamentos médicos" de Farah. "Precisamos ter certeza de que não há nada lá que não tenhamos visto", declarou Ed Warner, presidente da entidade britânica.
Farah afirma que não pretende romper seu vínculo com Salazar. Mas desistiu de disputar a etapa de Birmingham da Diamond League, no fim de semana, por precaução. Avisou que iria viajar aos Estados Unidos para questionar seu treinador.
"Um dos possíveis resultados da investigação é que, mesmo que não seja nada provado contra Mo Farah e o atletismo britânico - tenho certeza de que será este o caso -, nós podemos decidir suspender nossa relação [com Salazar] por causa dos danos causados a sua reputação", declarou Warner.
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