Federer revela alegria por finalmente vir ao Brasil

Paulo Favero
03/12/2012 às 10:47.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:00

Pela primeira vez em sua vida, Roger Federer estará no Brasil. O maior tenista de todos os tempos vai disputar um torneio de exibição no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, entre quinta-feira e domingo, e mostra-se feliz da vida com a possibilidade de mostrar seu talento ao público brasileiro. Em entrevista exclusiva, o suíço, atual número 2 do mundo, revelou que adorava futebol e quase tentou carreira nos gramados, mas acabou optando pelo tênis. Ele ainda sonha ver a Suíça na Copa do Mundo de 2014, falou sobre sua carreira e sobre a expectativa de vir para o Brasil pela primeira vez na vida.

Federer irá visitar o Brasil pela primeira vez, aos 31 anos de idade, e confessou que há tempos já tinha colocado a vinda ao País como uma meta não apenas profissional, mas pessoal.

"Por alguma razão nunca foi possível ir, pois não tive oportunidade de disputar torneios ou fazer exibições antes. Disse para mim mesmo: 'Antes de parar, tenho de ir para o Brasil e um pouco mais para a América do Sul'. Quando era júnior, em 1995 e 96, fui para a Costa Rica, Venezuela e México, mas nunca mais ao sul. Acho até um pouco estranho conseguir ir para um país tão grande e importante como o Brasil apenas aos 31 anos de idade, sendo que conheci quase todos os outros grandes países do mundo. Estou muito empolgado", ressaltou.

Em seguida, Federer revelou o que espera ver em sua primeira visita ao País, onde terá pela frente o brasileiro Thomaz Bellucci em uma das partidas do torneio de exibição que disputará em São Paulo como grande estrela do evento. "Imagino o Brasil confortável, descontraído, cheio, amigável, com linda vegetação, morros, florestas e rios, mais morros do que picos, com pessoas animadas e emotivas, e um poderoso País, como imaginamos alguns dos outros grandes países no mundo", disse.

Já ao falar sobre a sua paixão pelo futebol, Federer explicou que acabou desistindo de tentar a carreira nos gramados pelo fato de que atuaria em um esporte no qual não dependeriam apenas dele as vitórias ou as derrotas.

"Futebol e tênis eram os meus esportes e aos 12 anos tive de escolher um dos dois. Acabei optando pelo tênis porque achei que era bom ter o controle da vitória ou da derrota. Se eu perdesse, era por minha causa, se ganhasse também. No futebol eu costumava culpar o goleiro ou culpar a minha jogada que não tinha tido um impacto suficiente. Mas adoro a forma de competição do futebol, de ganhar ou perder juntos como uma equipe. No final de tudo, parece agora que a escolha foi certa, pois tive sucesso no tênis, no qual consigo ser rápido. No futebol acho que era um pouco lento. Mas adoraria ter jogado futebol em um alto nível para ver até onde eu chegaria", revelou.

O suíço ainda se declarou um amante do futebol brasileiro e exaltou o respeito que os europeus têm pelo mesmo. "Eu cresci com o Brasil dominando nos anos 90 e com jogadores de muita qualidade. Na Europa, o Brasil, e talvez um pouco a Argentina, é visto como um exemplo de time que é quase imbatível, que você conseguirá superá-lo somente lutando, mas não jogando futebol bonito. Essa é a imagem que tenho do futebol brasileiro. Eu sempre admirei os jogadores de muita habilidade e a maneira que atuam juntos em uma equipe para vencer", disse.

Federer também exibiu entusiasmo com o fato de a Suíça hoje liderar um dos grupos das Eliminatórias Europeias da Copa de 2014, que será realizada no Brasil. "Nós estamos empolgados com o momento e acho que pegamos um bom grupo nas Eliminatórias. Começamos bem a campanha e estamos liderando a chave. Adoraria ver a Suíça conquistando a vaga e disputando a Copa do Mundo no Brasil em 2014. Seria demais", enfatizou.

Ao falar sobre os seus próximos objetivos no tênis, Federer negou que já esteja pensando em sua aposentadoria, embora já tenha conquistado tudo que um tenista possa sonhar na modalidade. Ele admite, inclusive, que não há mais muitos recordes a superar, após os muitos que já conquistou, mas enfatizou que irá continuar atuando enquanto estiver se divertindo em quadra e se sentindo competitivo.

"Para mim, ter os recordes de todos os tempos em Grand Slam é algo grandioso, o número de semanas na liderança do ranking também, e alguns que ainda estou melhorando e tenho muito orgulho. Acho que o mais importante é que eu ainda me divirto jogando e tento obter o sucesso. Enquanto estiver assim, acho que ainda posso igualar ou quebrar algumas marcas. Por outro lado, tenho prazer de enfrentar atletas da minha geração, os tenistas com mais de 30 anos que ainda estão em atividade, e são muitos, e também de jogar contra os mais novos, como Nadal, Djokovic e Murray. Gosto de encarar essas diferentes camadas de gerações e me divertir no circuito. Eu amo o tênis e não quero apenas ir embora simplesmente porque sinto que já tenha alcançado tudo. Enquanto eu tiver um estado de espírito para entrar em quadra, vou continuar jogando e tentando dar o meu melhor", ressaltou.
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