O alívio de Felipe Nasr ao fim do GP do Brasil de Fórmula 1 não era apenas pelos primeiros pontos somados na temporada. O piloto brasileiro também encarou o 9º lugar na caótica prova disputada em Interlagos no domingo, debaixo de forte chuva, após largar em penúltimo, como uma resposta às críticas que já vinha recebendo em razão dos resultados ruins no ano.
"As pessoas julgam as coisas muito rápido. E, num ano ruim, é difícil você mostrar resultado", afirma, reconhecendo mais uma vez as limitações do carro 2016 da Sauber. "Mas são destes momentos, quando você consegue aproveitar a oportunidade, que é feita a F-1."
Além do alívio, Nasr não escondeu a alegria pela grande performance na encharcada e perigosa pista de Interlagos, no domingo. Via rádio, ele comemorou com a equipe, entre gritos e gargalhadas. "É inacreditável! Eu sou brasileiro e não desisto nunca", berrava o piloto, na celebração ainda dentro do cockpit.
Não foi por acaso. Nasr somou os dois primeiros pontos da Sauber no Mundial de Construtores após 19 etapas em que a equipe sofreu com fraco rendimento e problemas mecânicos. Particularmente, ele vinha sendo superado pelo companheiro de equipe, o sueco Marcus Ericsson, ao longo da temporada, invertendo a situação que viveu no ano passado, quando foi dominante contra o mesmo parceiro de time.
Além disso, o resultado aumenta consideravelmente as chances de o brasileiro permanecer na F-1 em 2017. Com contrato somente até o fim do ano com a Sauber, ele pode renovar o vínculo ou negociar com a Manor. Somente estas duas equipes ainda não definiram sua dupla de pilotos para o próximo ano.
"Depois de um ano tão difícil, acho que todos nós merecemos este resultado. Isso nos dá confiança e motivação extra para o ano que vem. É com certeza um novo impulso", projeta o piloto. Ele conta que a chefe de equipe, Monisha Kaltenborn, não viu o fim da corrida. Mas lhe telefonou para dar os parabéns: "Ela estava supercontente. Nós sabemos o quanto vale um momento desses".
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