Firme em campo e boa praça no dia a dia, Donizete pode adotar BH

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
09/08/2015 às 09:31.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:16
 (Lucas Prates/ Hoje em Dia)

(Lucas Prates/ Hoje em Dia)

A cara fechada, a fama de general e o estilo de jogo pautado pela firmeza nas jogadas construíram a imagem de Leandro Donizete em campo. Mas como todo rótulo, a fama de mal é descartável. Fora do batente, o camisa 8 do Atlético se revela exímio contador de “causos”, sem pudor nas palavras e, principalmente, um cara feliz da vida.

Motivos não faltam. No Dia dos Pais, enquanto enfrenta o Goiás no Serra Dourada, hoje às 16h, no Serra Dourada, para manter a liderança do Campeonato Brasileiro, o “cão de guarda” também curte o barrigão de Gisele Silva. A esposa está grávida de oito meses e o casal espera a chegada de Luca, mais um menino.

“Estou com mais um filho encaminhado, momento muito bom que eu vivo com minha esposa e meu moleque (João Gabriel, de 12 anos). Em campo, voltei a ser titular”, comemora o jogador.

AQUI É MEU LUGAR

Mesmo sendo ídolo da torcida alvinegra, Leandro Donizete teve que sentir a amargura da reservas. O técnico Levir Culpi o sacou da equipe e resolveu apostar no esquema do volante solitário. Bastaram oito jogos sem atuar para o volante, de 33 anos, conversar com o diretor Eduardo Maluf.

“Cogitei em ir embora e falei com o Maluf várias vezes. Só que ele sempre dizia: ‘daqui você não sai. Logo, logo você volta, você tem o seu valor para o grupo e a torcida. Você não vai embora’.”E as palavras do diretor foram proféticas. A vontade ficou para trás após o retorno das oportunidades no time titular. Agora, ele já pensa se aposentar no Galo e fixar moradia em BH.

“Eu gosto muito dessa cidade e, futuramente, penso em morar aqui, sim. Tenho mais um ano de contrato no Galo e, quem sabe, vamos renovar para mais dois ou três e encerrar minha carreira aqui”.

A prova que Donizete só tem olhos para o Atlético veio na última quinta-feira. Em sociedade com um casal de amigos, Gisele e ele inauguraram uma loja de vestuário infantil, a Bolha de Sabão, na região da Pampulha. “Gostei da ideia de termos nosso empreendimento”, comenta.

Desfalques

O Atlético tem desfalques para o jogo contra o Goiás. Lesionado, o artilheiro do time, Lucas Pratto, permaneceu e BH, em tratamento. Luan também não viajou para Goiânia. O lateral Douglas Santos seguiu com a delegação, mas, com uma entorse no tornozelo direito, é dúvida. Se não atuar, Pedro Botelho começa como titular.

ENTREVISTA

Hoje o Atlético é o líder do Brasileirão e Levir se desfez do esquema de um volante para retorná-lo ao posto de titular. Como foi ficar na reserva?

Na fase que eu estava, não tinha dado brecha para sair, não achei que tinha motivos técnicos para ficar na reserva. O Levir optou por um volante só e fiquei chateado. Eles não vem e falam para a gente o que aconteceu. Assim como não falam porque estão te colocando. Mas respeitei. Não gostei, mas respeitei. Fiquei tranquilo. Surgiu a brechinha e entrei, dei conta do recado e não saí mais. Ficar no banco não é fácil. Quando o cara está melhor do que você, a gente respeita, fica quieto. Quando não, fica difícil. Mas está valendo.

O Atlético é um dos times mais disciplinados do Campeonato. Para tanto, você mudou um pouco? Maneirou nas divididas?

Não. Eu estou do mesmo jeito. Bravo toda hora, chego firme a todo instante. É o meu futebol. Mas a calmaria chegou na hora certa, o time jogando certinho você não precisa dar tanto carrinho e toma menos cartão. A disciplina veio por causa disso. O Levir sempre fala para pensarmos bem antes de dar um carrinho, uma porrada.

Os adversários, principalmente a torcida do Cruzeiro, o classificam como um jogador violento, até mesmo desleal. Essa fama te incomoda?

Não ligo para isso. Eu não quero machucar ninguém. Muito se falou de mim no clássico. Mas é clássico, não vou dar mole nunca. É rincha toda hora, um xingando o outro. O importante é o que eu penso, sei que tenho qualidade. Não vou mudar. Tem 15 anos que eu jogo bola e esse é meu jeito.

Percebe-se que, quando o Atlético vai entrar em campo e os nomes dos jogadores aparecem no placar eletrônico, você e o Victor são os únicos que são saudados com uma musiquinha. A sua é o funk do “General chegou”. Você curte essa brincadeira, esse carinho?

Estou feliz demais com a musiquinha. Tentaram jogar lá no Rio para o Guerrero, mas ela é minha. Cheguei primeiro e a torcida do Galo canta melhor que a do Flamengo. Gosto demais daqui, da cidade e do clube. Quero ouvir ainda muito mais a musiquinha e no Mineirão lotado com 50 mil pessoas, porque assim é que fica bacana.

Sua esposa não gosta muito desse negócio de general, bater continência.

Ela acha que manda lá em casa. Na verdade sou eu que mando.

Tem certeza disso?

Claro pô. Aliás, coloca aí que é mais ou menos.

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