(Frederico Ribeiro/Hoje em Dia)
SÓCHI (Rússia) - Batizado em homenagem aos picos de neve formados durante o inverno, o Estádio Fisht significa "cabeça branca" em russo. E esta cabeça bem que poderia ter dentes de marfim e tromba. Com o custo de R$ 2,2 bilhões, entre construção e reforma, uma das sedes dos jogos da Copa do Mundo 2018 pode ser classificado como elefante branco, sem exageros.
Construído para abrigar a cerimônia de abertura e encerramento da Olimpíada de Inverno de 2014, ocorrida em Sochi, cidade que recebe a Seleção Brasileira, o Fisht é apenas uma das atrações do gigante parque olímpico, o maior orgulho da cidade-balneário no sul da Rússia.
Mas sua utilização pode virar facilmente alvo de críticas da população local. Sóchi se desenvolveu esportivamente com equipamentos, mas o futebol, por exemplo, é praticamente inexistente na cidade, que prefere ainda ostentar o orgulho dos Jogos de Inverno, com imagens que remetem ao Curling, por exemplo.
O Fisht, mesmo sem ter o uso constante para equipes e até mesmo para a Seleção Russa (que prefere jogar na capital Moscou ou em São Petersburgo) teve custo de construção, em 2013, de R$ 2,048 bilhões. Quatro anos depois, apenas, teve que passar por uma remodelação de mais R$ 192 milhões para se adequar aos padrões Fifa.N/A / N/A
Painel gigante com o mascote Zabivaka, ao lado
do Fisht Stadium, no Parque Olímpico de Sóchi
JOGAÇO
Com capacidade de 47.700, o Fisht consegue colocar 9,5% da população total de Sóchi (502 mil habitantes, segundo a Fifa). Mais do que isso, irá receber um dos mais aguardados jogos da fase de grupos do Mundial.
Na sexta-feira, segundo dia de Copa, Portugal e Espanha se enfrentam no "cabeça branca" na briga direta pela liderança do grupo. Ainda haverá mais três jogos - Bélgica x Panamá, Alemanha x Suécia e Austrália x Peru.
O tamanho do "elefante" diminuiu também na Copa das Confederações de 2017, quando o Fisht abrigou quatro partidas da competição na qual a Alemanha venceu.
FUTEBOL LOCAL
Localizado no lado sul do Parque Olímpico, o Fisth é apenas uma das atrações da área que abriga a pista utilizada pela FIA para a corrida de Fórmula 1 do GP da Rússia. Há ainda arenas para esportes de inverno, além de uma academia de tênis.
Mas no que diz respeito a futebol, Sóchi não tem representação nacional na gigante russa. A última vez que houve uma equipe da cidade na Primeira Divisão foi em 1999, quando o extinto FK Zhemchuzhina-Sochi caiu pelas tabelas até desaparecer em 2003.
Ele ressurgiu quatro anos mais tarde, durando pouco tempo. Depois, criaram o FC Sochi, igualmente afastado do profissionalismo. De qualquer maneira, mesmo se ainda estivessem em plena atividade, utilizariam o acanhado Slava Metreveli Stadium, de 12 mil de capacidade, e local de treinamentos da Seleção Brasileira. Reprodução/Google Maps
Parque Olímpico de Sóchi: estádio para a Copa, arenas de gelo, fonte luminosa e corrida de F1