O impasse entre o Flamengo e o Consórcio Maracanã, responsável pela administração do estádio carioca, deve seguir pelas próximas semanas. Pelo menos foi o que indicou o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, que anunciou um acerto verbal com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, para fazer pelo menos mais seis jogos no Mané Garrincha e garantiu que não apressará um acordo para voltar a atuar no Rio.
"Talvez esse (acordo com o Consórcio Maracanã) seja o contrato mais importante da história do Flamengo. Não vamos assinar nada de qualquer maneira. As dificuldades em campo se resolvem em campo", declarou nesta terça-feira o mandatário, que exaltou a experiência tida no Mané Garrincha no sábado, quando quase 60 mil pessoas acompanharam o empate entre Flamengo e Coritiba, por 2 a 2.
Nem mesmo uma má campanha no Mané Garrincha e o desgaste pelas viagens constantes parecem mudar a opinião de Bandeira de Mello. O presidente garantiu que o debate das condições do acordo com o Consórcio Maracanã será prolongado. "Vamos prolongar esse debate até chegarmos a um consenso. Como temos grande torcida pelo Brasil, podemos nos dar esse luxo."
A principal questão divergente entre o consórcio e o clube está na divisão das rendas das partidas, e não apenas com os ingressos. No acordo de tricolores e rubro-negros com o Botafogo pelo Engenhão, os mandantes tinham participação em toda a carga de ingressos, nos estacionamentos, nos itens de alimentação e na publicidade estática e do telão. O Consórcio Maracanã não quer dividir mais do que a receita de 43 mil assentos, dos mais baratos, atrás dos gols.
Desta forma, Eduardo Bandeira de Mello se mantém irredutível, mas admite que deseja um final feliz, em breve, para esta história. "Não podemos anunciar ainda um acordo, as duas partes estão em busca de um contrato que seja bom para ambos. Não dá para marcar quando o Flamengo volta ao Maracanã, mas esperamos resolver isso rapidamente", disse.
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