Flamengo prevê um maior número de sócios torcedores

Sílvio Barsetti
28/11/2013 às 00:36.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:25

O Flamengo deve ultrapassar com folga este ano a receita do ano passado, que somou R$ 212 milhões. Com o título da Copa do Brasil, a expectativa é que o número atual de sócios torcedores, hoje em torno de 60 mil, tenha um aumento expressivo e que o clube fature alto com produtos licenciados, principalmente com a venda de camisas.

Em uma projeção conservadora, a diretoria acredita que a receita de 2013 chegue com folga a R$ 250 milhões. Comandado por dirigentes com currículo empresarial destacado, o Flamengo vive o dilema de arrecadar mais, a fim de cumprir acordos e saldar dívidas, e ao mesmo ser criticado por torcedores e rubro-negros ilustres de que estaria passando por um processo de elitização.

O maior exemplo desse impasse se deu com o preço dos ingressos para a decisão desta quarta-feira da Copa do Brasil. Os ingressos, inteiros, mais baratos custavam R$ 250. Os mais caros, R$ 800. Houve até reação de órgãos de defesa do consumidor contra o aumento dos ingressos, tomando-se como comparação o jogo da semifinal, no Maracanã, contra o Goiás.

A diretoria se defendeu de protestos de vários torcedores ao ressaltar que o clube gasta quase que R$ 10 milhões por mês para pagara dívidas trabalhistas e fiscais. É uma medida que visa a equilibrar as finanças do clube a médio prazo.

Já os oposicionistas defendem que o valor destinado à redução das dívidas deveria ser menor, para que o futebol do clube não fosse asfixiado. Também criticam o presidente Eduardo Bandeira de Mello e seus assessores ao afirmar que não eles não têm experiência suficiente no futebol para contratar e fazer bons negócios incluindo atletas.

O maior alvo dos crítico aponta para Carlos Eduardo, que recebe em torno de R$ 500 mil mensais e não produziu muita coisa ao longo dos últimos meses. Bandeira de Mello ficou em situação embaraçosa quando o vice presidente de marketing do clube, Luis Eduardo Baptista, afirmou que o Flamengo "não vai viver dos pobres, jogar um futebol pobre e ser um time pobre porque o negócio futebol mudou".

Conselheiros do clube não gostaram das declarações e cobraram uma posição mais clara de Bandeira. O presidente tentou minimizar a polêmica, mas reforçou que o clube aposta também nas bilheterias para amenizar as dificuldades financeiras, embora tenha ressaltado que não se trata de uma política excludente.

Antes mesmo de definir o preço para a final da Copa do Brasil, o Flamengo já vinha estipulando valores também "salgados" para os jogos que disputou pelo Campeonato Brasileiro em Brasília. As dívidas do Flamengo giram em torno de R$ 600 milhões.
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