Promotores franceses abriram uma investigação preliminar sobre a decisão da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) de definir a cidade norte-americana de Eugene como sede do Mundial de 2021 sem a realização de uma disputa formal aberta.
A investigação tem como objetivo determinar se há motivo para suspeitar se um crime pode ter sido cometido e, em caso afirmativo, julgar se o caso seria da competência jurisdicional francesa. Investigações preliminares que encontram indícios de irregularidades podem levar uma investigação formal. Caso não existam provas, o caso será encerrado.
A promotoria especializada em crimes financeiros disse que a investigação não visa nenhuma pessoa específica nesta fase inicial. Além disso, não tem relação com outra investigação francesa, sobre suspeita de corrupção e de acobertamento de casos de doping por Lamine Diack, ex-presidente da IAAF.
A investigação sobre Eugene pode atingir Sebastian Coe, o atual presidente da IAAF. O britânico deixou recentemente de ser embaixador da Nike, que teve a sua sede original exatamente em Eugene, escolhida para sediar o Mundial de 2021, naquela que será a primeira edição do evento nos Estados Unidos.
Nesta quinta, Coe defendeu a escolha de Eugene. Falando à BBC, ele disse que essa não foi a primeira sede que a IAAF definiu sem um disputa aberta. O dirigente também declarou que a entidade entendeu ser uma oportunidade do atletismo ampliar a sua penetração no mercado norte-americano.
"Isso não é sem precedentes", disse Coe. "Temos cidades selecionadas antes que não foram dentro de um processo de escolha. Por 23 a 25 votos meu conselho decidiu que este era, para o futuro previsto, a melhor oportunidade para realizar o Mundial de Atletismo nos Estados Unidos", acrescentou Coe. "Todo esporte está tentando entrar no maior mercado esportivo do mundo".
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