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Gabriel Medina está arrumando as malas para fazer a parte final de seu treinamento para o Circuito Mundial de Surfe deste ano fora do País. Na próxima quarta-feira, ele embarca para os Estados Unidos para repetir a fórmula de sucesso que lhe rendeu o primeiro título mundial do Brasil no surfe, em 2014. "Fiquei um mês de férias e agora acabou a moleza. É hora de trabalhar e pretendo ir para a Califórnia e Havaí antes de ir para a Austrália", disse o atleta, em entrevista ao Estado.
Mais do que fazer uma preparação parecida com a do ano que foi campeão mundial, o surfista quer pegar ondas parecidas com as que ele vai encontrar nas praias australianas, pois as três primeiras etapas da temporada são lá - Gold Coast, Margaret River e Bells Beach. E justamente quando ele fez esse treinamento nas ondas pesadas, ele teve o seu melhor desempenho na "perna australiana" do Circuito Mundial.
"Eu já fui campeão mundial, sei o que tem de fazer para que isso aconteça novamente. Então vou tentar fazer o máximo e o foco este ano é o título. Estou concentrado nisso", afirmou Gabriel Medina, que vem fazendo treinamento físico na praia de Maresias, em São Sebastião (SP), antes de embarcar para o exterior.
A primeira parada será na Califórnia, onde ele deve ficar por uma semana. A intenção é tentar surfar na piscina de ondas de Kelly Slater, que agora faz parte do calendário do Circuito Mundial, mas talvez o equipamento não esteja funcionando por causa do inverno no Hemisfério Norte.
"O Kelly já colocou à disposição, só precisa avisar antes. É um bom lugar para treinar. Pretendo ficar na Califórnia e ir treinar nos lugares que tiverem ondas. Depois vou para o Havaí", comentou o atleta, que vai em busca de ondas pesadas, velozes e para a direita, como vai encontrar na Austrália.
Os surfistas costumam chamar de "pesadas" as ondas do Havaí, Austrália e Califórnia. Isso tem a ver com o fundo, geralmente de pedra ou coral. No Brasil, quase todas as praias são de fundo de areia. A diferença, então, está na força das ondas, no tamanho e também no risco de surfá-las, pois o atleta cai em um terreno mais duro e pode se machucar bastante.
O objetivo de Gabriel Medina é tirar a hegemonia do havaiano John John Florence, que ganhou o título nos dois últimos anos. "Pelos resultados, é o atleta a ser batido, pois vem de dois títulos seguidos. Na verdade o Circuito Mundial está muito disputado. Esse ano a competição terá vários caras bons, não só John John. Qualquer outro surfista também será difícil de bater. Acho que cada ano que passa fica mais difícil e esta temporada vai ser uma batalha gigante".
Além de Gabriel Medina, o Brasil contará com outros 10 representantes na elite: Adriano de Souza (Mineirinho), Filipe Toledo, Caio Ibelli, Italo Ferreira, Ian Gouveia, Jessé Mendes, Tomas Hermes, Yago Dora, Willian Cardoso e Michael Rodrigues. "Teremos várias baterias entre brasileiros, por causa dos 11 atletas que estão no Circuito, mas isso faz parte. Vou dar o melhor para vencer", garantiu. No feminino, Silvana Lima é a única representante nacional.
Ciente do desafio que terá pela frente, Gabriel Medina aproveitou as suas férias, viajando com amigos pelo Brasil, e participou de eventos de patrocinadores. Há 10 dias, foi anunciado no time de atletas da Oi para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. "Agora vou voltar a ter minha rotina de atleta e tudo isso faz parte. Subir na prancha é mais fácil que qualquer outra coisa", brincou.
Ele sabe que, para ser campeão mundial novamente, terá de abrir mão de muitas coisas e se dedicar ao máximo. Como ele próprio disse, o caminho já foi trilhado uma vez. "Quero focar ao máximo, treinar e viver só para isso. É assim que o título vai vir", avisou.
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