Game of Técnicos: segundo turno de Brasileirão 'mortal' começa com apenas seis sobreviventes

Cristiano Martins e Frederico Ribeiro
Hoje em Dia - Belo Horizonte
21/08/2018 às 23:07.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:02
 (Hoje em Dia)

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O segundo turno está chegando. A saga continua, mas há cada vez menos sobreviventes dos episódios anteriores. Ao melhor estilo “Game of Thrones” – série de televisão famosa pela grande quantidade de personagens eliminados ao longo da trama –, o Campeonato Brasileiro de 2018 inicia um novo capítulo nesta quarta-feira (22) com a média recorde de um técnico demitido a cada rodada.

Ao entrarem em campo contra os mesmos adversários enfrentados na abertura da competição, em abril, 14 das 20 equipes da Primeira Divisão nacional terão treinadores diferentes no banco em relação ao início da campanha. Coincidência ou não, cinco dos seis times cujos comandantes foram mantidos aparecem nas primeiras posições da tabela (veja o gráfico abaixo).

A demissão de Rogério Micale no Paraná representou a 19ª troca de comando nesta edição. Se o ritmo se mantiver num patamar próximo na segunda metade da temporada, o campeonato ganhará um novo recorde, ultrapassando as 32 mudanças registradas em 2015.

A média de uma substituição por rodada não leva em conta os interinos responsáveis por dirigir as equipes entre as saídas e chegadas ou efetivações. Considerando também os sete temporários, a média até o momento é superior a dois trabalhos por clube (2,25) e, consequentemente, períodos inferiores a nove partidas por treinador (8,4).

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 Contratos quebrados

Por um lado, chamam bastante atenção as falhas de planejamento das diretorias. Isso fica muito claro, por exemplo, quando analisada a pausa para a disputa da Copa do Mundo da Rússia. Em tese, os clubes tiveram um mês de preparação, com mais tempo exclusivo para treinamentos. Nove das trocas, porém, aconteceram já após a retomada dos trabalhos, na 13ª rodada.

Por outro, vale também ressaltar que uma parcela bastante considerável das saídas se deu por vontade dos próprios profissionais, seja por desgaste interno ou graças a ofertas tentadoras de outras agremiações. Foram os casos de Fábio Carille (Corinthians), Jorginho (Ceará), Enderson Moreira (América) e Alberto Valentim (Botafogo), seduzidos por propostas mais generosas.

Ser cobiçado e valorizado, contudo, não garante o futuro respaldo. Jorginho, por exemplo, deixou o Ceará depois de apenas três rodadas no cargo para fechar com o Vasco, mas não resistiu aos resultados e acabou demitido.

Uma situação curiosa gerada pela “dança das cadeiras” é que diversos times terão conhecidos íntimos como adversários no segundo turno. Além de Enderson e do próprio Jorginho, os técnicos Guto Ferreira, Zé Ricardo e Claudinei Oliveira também trabalharam em mais de um clube dentro desta mesma edição.

Gerações

Outro fato bastante inusitado foi a sucessão "hereditária" no Sport. Primeiro a entregar o chapéu neste Brasileirão, ainda na segunda rodada, Nelsinho Baptista deu lugar a Claudinei Oliveira, posteriormente substituído pelo filho dele, Eduardo Baptista. 

A agitação no mercado, no entanto, também traz como efeito positivo a abertura de oportunidades para novos profissionais. Basta observar que três interinos agradaram as diretorias e foram efetivados durante o campeonato. Além de Thiago Larghi (Atlético), Maurício Barbieri (Flamengo) e Osmar Loss (Corinthians), a promoção também já parece certa para Tiago Nunes (Atlético-PR).

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