Geografia da bola: do 'paraíba' de Edmundo ao elo inexistente entre Sergipe e Pará de Felipão

Alexandre Simões
@oalexsimoes
28/11/2020 às 13:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 05:10
 (Bruno Haddad/Cruzeiro)

(Bruno Haddad/Cruzeiro)

Em 1997, Edmundo vivia o maior momento da sua carreira comandando o Vasco no Campeonato Brasileiro, que foi conquistado naquele ano pelo time de São Januário. Mas nem só de genialidade e gols ficou marcada a história do “Animal” naquela Série A.

Em 20 de agosto, ao ser expulso aos 22 minutos do primeiro tempo pelo árbitro cearense Francisco Dacildo Mourão, que na época pertencia aos quadros da Fifa, num jogo contra o América-RN, em Natal, Edmundo, que levou dois cartões amarelos, que se transformaram no vermelho, afirmou: “Viemos jogar na Paraíba e colocam um paraíba para apitar”.Bruno Haddad/CruzeiroApós a derrota para o Confiança, Felipão questionou a CBF por escalar um árbitro do Pará para trabalhar no jogo de um time do Sergipe

Quatro meses depois, o Vasco, de Edmundo, levou a melhor na decisão do Brasileirão que foi disputada contra o Palmeiras, comandado por Luiz Felipe Scolari.
Depois de 23 anos da infeliz declaração do ex-jogador, Felipão se apoiou na teoria de Edmundo. E no estoque de desculpas para a derrota por 2 a 1 diante do Confiança-SE, na última sexta-feira, no Mineirão, o treinador pentacampeão do mundo afirmou: “Eu também queria saber como que a CBF faz essa escala de árbitros. Vai jogar um time lá do Sergipe e vem gente do Pará para apitar?”.

Geografia

Se o erro de Edmundo foi chamar de paraíba um árbitro cearense, diante de um adversário potiguar, por mais que seja uma expressão comum no Rio de Janeiro para se referir aos nordestinos, no caso de Felipão, a relação de Sergipe com o Pará não existe.

Aracaju e Belém, capitais dos dois estados, respectivamente, ficam a dois mil quilômetros de distância. Além disso, para ir de Sergipe ao Pará, é preciso passar antes por Bahia, Paraíba, Piauí e Maranhão.

A distância é tão considerável, que os dois estados ficam em regiões diferentes do Brasil. O Sergipe, está no Nordeste. O Pará, no Norte.

O pior das duas histórias é que Edmundo foi expulso corretamente em 1997, por cometer uma falta por trás aos dois minutos, e puxar a camisa de outro adversário aos 22. O pênalti marcado contra o Cruzeiro, na última sexta-feira, foi dentro das determinações da CBF aos árbitros.

  

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