(LUCAS PRATES/Hoje em Dia)
Fábio já perdeu as contas de quantas vezes defendeu o Cruzeiro em grandes decisões. Afinal, já são dez temporadas como dono absoluto da camisa 1. Tempo suficiente para credenciar o goleiro como um dos maiores ídolos da China Azul. Nesse largo caminho percorrido, foram oito títulos conquistados, polêmicas e mais alegrias do que tristeza. Com a possibilidade de se consolidar como o capitão da tão sonhada segunda tríplice coroa, Fábio escreverá neste domingo, contra o Criciúma, no Mineirão, pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Mineirão, mais um capítulo de sua rica trajetória na Toca da Raposa. Contra os catarinenses, ele completará seu 600º jogo com a camisa azul, ficando a 19 partidas do primeiro colocado, o volante Zé Carlos. “Estou muito feliz, agradeço a Deus pela oportunidade de jogar com camisa do Cruzeiro por tantos anos. Espero que 2014 seja abençoado e que alcancemos todos os nossos objetivos”, comemora o capitão do Cruzeiro. O RETORNO Contratado em 2005 para suprir a ausência de Gomes, que deixou o clube em 2004, Fábio, que teve passagens pela Toca da Raposa entre os anos de 1999 e 2000, retornou ao Cruzeiro sob os olhares desconfiados da torcida. Os primeiros anos foram marcados por polêmicas, que chegaram ao ápice em 2007, quando ele sofreu o polêmico gol de costas no clássico contra o Atlético, na final do Campeonato Mineiro. E quis o destino que a volta por cima do capitão cruzeirense começasse após aquele fatídico clássico. Fábio alcançou uma regularidade que poucos goleiros atingem e passou a ser um dos de maior destaque no futebol brasileiro, apontados por muitos como potencial dono da camisa 1 da Seleção. A consagração veio no ano passado, com a conquista do Campeonato Brasileiro, a maior da carreira dele, sob o comando de Marcelo Oliveira. “Fábio representa muito para o Cruzeiro e para o elenco. É possível jogar no Brasil e ser feliz sem ter essa necessidade grande de sair para a Europa. Para nós, é um exemplo de postura, profissionalismo e liderança. Ninguém chega a uma situação dessa por acaso. É muita dedicação aliada à competência”, elogia o treinador. Para ele, Fábio opera “milagres” por ser um goleiro muito preparado. “Ele transmite confiança a todos e, por isso, está há tanto tempo num clube tão grande como o Cruzeiro, que tem a tradição de contar com grandes jogadores da posição, como Dida e Raul Plassmann”, completa o técnico. Atenção no Brasileiro para não perder vantagem Marcelo Oliveira avisou seus jogadores. É hora de esquecer a Copa do Brasil e retomar o foco no Brasileiro. Neste domingo, às 19h30, o líder da competição recebe o Criciúma, no Mineirão, em busca de três pontos para deixar o time mais próximo do título. Por causa da atenção dividida entre Série A e Copa do Brasil, o comandante estuda poupar alguns jogadores contra os catarinenses, mas poucos. Marcelo não quer deixar o Brasileiro de lado. A tendência é que apenas Everton Ribeiro, que vem reclamando de cansaço, seja poupado. Outra baixa é o zagueiro Dedé, com edema ósseo na coxa direita. Também ficam de fora, por suspensão, o volante Lucas Silva e o atacante Marquinhos. Mayke, preservado contra o Santos, volta. “A base do time é a mesma. Ficarão de fora os jogadores com tendência a lesões. Fizemos isso com o Mayke e é possível que façamos uma ou duas vezes neste jogo”, disse o técnico. A preocupação do treinador com o Brasileirão faz sentido. Cinco pontos à frente do segundo colocado, São Paulo, o Cruzeiro terá uma sequência difícil nas próximas duas rodadas, contra Santos e Grêmio, ambas fora de casa. “Os três pontos valem tanto para este jogo como qualquer outro que jogamos ao longo dos anos”. O Cruzeiro deverá entrar em campo com Fábio; Mayke, Bruno Rodrigo, Léo e Egídio; Henrique, Nilton, Ricardo Goulart e Júlio Baptista; Willian e Marcelo Moreno.