(Vinnicius Silva/Cruzeiro/Divulgação)
BUENOS AIRES – As quatro vitórias como visitante nos confrontos já disputados pelas Copas do Brasil e Libertadores em 2018 estão longe de ser um mérito ofensivo do Cruzeiro. Muito pelo contrario. Com apenas um gol sofrido nesses jogos de mata-mata pelas duas competições, a importância do setor defensivo do time de Mano Menezes fica escancarada.
Nesse contexto, mesmo com a grande eficiência da dupla de zaga formada por Dedé e Léo, o goleiro Fábio torna-se o principal destaque do duelo com o Boca Juniors, às 21h45 desta quarta-feira (19), no Estádio La Bombonera, pelas quartas de final da maior competição das Américas.
O camisa 1 encontra-se em um momento mágico. Recordista de jogos pela Raposa, ele vive nesta Libertadores uma situação única, pois até os críticos – que foram diminuindo à medida em que ele levantava taças nacionais –, sabem que ganhar o torneio transformará Fábio no maior jogador da história do Cruzeiro, pelo conjunto da obra defendendo a camisa estrelada.
Obsessão do clube celeste por diversos fatores, o troféu continental tem o mesmo significado para Fábio. Ele esteve muito perto de levantar a taça em 2009, quando a equipe mineira perdeu a final para o Estudiantes, também da Argentina, dentro do Mineirão.
Nesta sétima tentativa de conquistar a América com o Cruzeiro, o camisa 1 retorna ao lendário estádio xeneize, local onde disputou a primeira de suas 26 partidas de mata-mata pela reta final da competição (antes, já havia encarado o Cerro Porteño, do Paraguai, na fase preliminar).
Em 2008, quando ainda vivia um momento de afirmação após ter sofrido o famoso “gol de costas” na decisão do Campeonato Mineiro do ano anterior, Fábio encarou o Boca Juniors pelas oitavas de final da Libertadores e saiu derrotado duplamente por 2 a 1.
Passados dez anos, o camisa 1 cruzeirense ainda tem aquele jogo na memória e acredita que, desta vez, a história será diferente. “A expectativa é boa, e o nosso time vem confiante. Sabemos das dificuldades, depois de dez anos estamos aqui novamente jogando a Libertadores contra uma grande equipe, também tradicional. Espero que possamos retribuir ao torcedor com uma grande atuação”, afirmou.
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A confiança tem explicação. Para o goleiro, o momento atual do Cruzeiro é muito diferente em relação àquele vivido em 2008, quando o clube veio a La Bombonera com uma equipe jovem comandada por Adilson Batista.
“Em todos os aspectos, o time atual é melhor, mais cascudo e mas técnico que aquele de 2008. Nesse ponto, o Cruzeiro evoluiu em relação àquela partida. Acho que temos tudo para fazer um grande jogo aqui na Argentina”, opina.
Depois de o Cruzeiro vencer Atlético-PR, Santos, Flamengo e Palmeiras nos jogos de mata-mata pelas duas copas na condição de visitante, é melhor não duvidar do time de Mano Menezes diante do poderoso Boca Juniors.
Principalmente porque a escalação começa com Fábio, o homem que veio a La Bombonera há dez anos em busca de afirmação e, agora, retorna ao lendário estádio numa caminhada que pode ser a da sua consagração.
Times
O Cruzeiro só não terá na noite de hoje a mesma formação que venceu o Palmeiras por 1 a 0, na quarta-feira passada, pela Copa do Brasil, porque o meia-atacante uruguaio Arrascaeta sequer viajou para Buenos Aires com a delegação, devido a uma lesão muscular sofrida naquele confronto.
A tendência é que Rafinha seja o substituto do camisa 10, formando o trio de meias com Robinho e Thiago Neves. O comando do ataque segue com o argentino Hernán Barcos.
No Boca Juniors, o treinador Guillermo Barros Schelotto faz mistério. Uma certeza é que o centroavante Ramón Ábila, ex-jogador da Raposa, não participará do jogo, pois está suspenso.
FICHA DO JOGO
Motivo: Jogo de ida pelas quartas de final da Copa Libertadores 2018
Provável Boca Juniors: Andrada; Jara, Izquierdoz, Magallán e Olaza; Nández, Barrios e Pérez; Pavón, Zárate y Benedetto. Técnico: Guillermo Barros Schelotto
Provável Cruzeiro: Fábio; Edilson, Dedé, Léo e Egídio; Henrique, Lucas Silva, Robinho, Thiago Neves e Rafinha; Barcos. Técnico: Mano Menezes
Horário: 21h45 (de Brasília)
Local: Estádio La Bombonera, em Buenos Aires (Argentina)
Arbitragem: Éber Aquino (Paraguai)
Transmissão: Globo, SporTV e FOX Sports