A proposta de greve geral dos atletas e paralisação do Campeonato Paulista fracassou e a sétima rodada do Estadual será aberta nesta sexta-feira com a partida entre Oeste e Ituano, em Catanduva. O Sindicato de Atletas Profissionais do Estado de São Paulo e o Bom Senso FC não conseguiram a adesão dos jogadores dos 20 clubes que disputam a competição. Até mesmo entre os jogadores do Corinthians, que foram ameaçados por torcedores durante invasão ao CT no último sábado, o apoio ao movimento não foi unânime.
O presidente do sindicato, Rinaldo Martorelli, chegou a convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para a manhã desta quinta para votar a greve, mas a proposta fracassou. A reportagem consultou seis clubes (São Bernardo, Portuguesa, Comercial, Botafogo, Mogi Mirim e Ituano) e todos se mostraram contrários à paralisação.
O sindicato solicitou ao Ministério Público que fosse proposto aos clubes a assinatura de um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) no qual os presidentes se comprometeriam a não financiar torcidas organizadas. Com esse documento, a diretoria do sindicato entende que a segurança dos atletas estará garantida e, assim, não haveria mais necessidade de fazer greve. A assinatura do TAC é esperada para esta sexta.
Em novembro de 2013, no entanto, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos não concordaram em assinar um documento em conjunto, proposto pelo promotor Roberto Senise Lisboa, prometendo o fim do auxílio às facções. Os clubes se comprometeram apenas a controlar o acesso de associados das organizadas nos seus estádios.
A proposta agora era para que a greve fosse geral para nenhum clube correr o risco de ser punido pela Federação Paulista de Futebol (FPF). Os cartolas, porém, se mobilizaram para esvaziar o movimento com a justificativa de que a paralisação poderia fazer com que os patrocinadores rompessem seus contratos por causa da falta de exposição de suas marcas. Havia também o temor de que a TV Globo cortasse os repasses aos clubes.
"Já expliquei aos jogadores as consequências negativas de uma greve. A paralisação teria sentido por melhorias no futebol, calendário e tabela. Agora, o que houve aqui foi um problema de segurança pública, não faz parte do futebol. Vamos jogar domingo contra o Mogi Mirim", disse o presidente do Corinthians, Mário Gobbi.
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