Há 40 anos, combinado Atlético e Cruzeiro foi o Brasil na Copa América

Alexandre Simões - Hoje em Dia
20/07/2015 às 07:29.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:59

O futebol de Minas Gerais vivia há 40 anos um dos momentos mais importantes da sua história. A seleção mineira se preparava para representar o Brasil na Copa América de 1975, a primeira das três sem sede fixa e que interrompeu o maior período sem a disputa do torneio (oito anos), pois a última edição, conquistada pelo Uruguai, tinha acontecido em 1967, com todos os jogos em Montevidéu.

Atlético e Cruzeiro tinham dois esquadrões e a escolha do treinador, entre o cruzeirense Hilton Chaves e o atleticano Telê Santana, já provocou uma enorme polêmica.

A decisão ficou nas mãos do presidente da FMF, José Guilherme Ferreira, pois a CBD repassou a organização da Seleção à entidade. A escolha foi por Hilton Chaves. O Cruzeiro estava na reta final da Libertadores e o dirigente acreditava que a experiência vivida pelo treinador ajudaria.

Mas o time não engrenava nos amistosos, iniciados em junho. Após uma série de empates, contra outras seleções estaduais, que valeram à equipe o apelido de “Seleção Coluna do meio”, a queda de Hilton Chaves, com Telê assumindo, chegou a ser anunciada pelo “Diário da Tarde”, em 5 de julho.

A substituição seria após o confronto com a Argentina, no Mineirão, em 6 de agosto, pela terceira rodada do Grupo 1, já que depois da partida, nos dias 9 e 10, o Cruzeiro faria dois jogos na Espanha, pelo Torneio Tereza Herrera.

Mas nada disso aconteceu. Hilton e Telê viraram auxiliares de Osvaldo Brandão, que era o treinador da Seleção Brasileira e depois de fazer observações nos amistosos, e ver que as coisas não andavam bem, assumiu a equipe em 15 de julho de 1975, duas semanas antes da estreia na Copa América, contra a Venezuela, em Caracas.

Regulamento

Vendo a intenção brasileira de disputar a Copa América com uma seleção regional, a Conmebol alertou a CBD sobre o artigo 2º do regulamento, que proibia isso.

Para burlar o documento, foram convocados por Brandão o volante Ivo, do América-RJ, o zagueiro Tecão, do Saad-SP, e o lateral-esquerdo Jorge Valença, do Vitória-BA. Mas eles sequer se apresentaram e não foram com a delegação para Caracas. Viajaram para a capital venezuelana 22 jogadores.

Eram 11 do Cruzeiro, dez do Atlético e um da Caldense, o zagueiro Neto.

Após a goleada de 4 a 0 sobre a Venezuela, com uma legítima Seleção Mineira em campo, Osvaldo Brandão iniciou o processo de convocação de jogadores de outros estados, para suprir as carência da sua equipe.

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