Há 80 anos, a 'Cabeçada Fatal' mudava o rumo da carreira de um dos maiores ídolos do Galo

Da Redação (*)
03/06/2019 às 15:44.
Atualizado em 05/09/2021 às 18:56
 (Reprodução/Internet)

(Reprodução/Internet)

A data era 4 de junho de 1939. Dia de clássico entre Atlético e Palestra Itália no extinto estádio Antônio Carlos e a pergunta que todos se faziam era: será Caieira, zagueiro contratado pelo clube do Barro Preto capaz de parar Guará, grande nome do futebol mineiro e ídolo do clube alvinegro?

Realmente a partida se eternizou e ficou marcada para sempre por um duelo entre os dois, mas não da forma esperada por todos. Após uma bola alçada na área para o cabeceio de Guará, marca do atacante, os dois nomes do jogo se chocaram de cabeça e foram ao chão.

José João Perozzi Bomfim, o Caieira, levou a melhor e não teve maiores problemas para se levantar. Já Guará não teve a mesma sorte. Ele sofreu traumatismo craniano e ficou inconsciente por um mês. Durante o longo período que ficou hospitalizado, o grande ídolo do Galo recebia o apoio de torcedores, que iam até o pronto-socorro para ficar mais próximo do craque.

Guará se recuperou do sério choque e com 23 anos conseguiu voltar aos gramados, mas nunca mais conseguiu ser o mesmo “Perigo Louro”, como era conhecido na época por ser sempre uma grande ameaça ao gol adversário.

Após discreta passagem pelo Flamengo, onde buscou reencontrar seu futebol, e pela Siderúrgica, de Sabará, o atacante voltou ao Atlético e fez sua última partida contra o América, em 1951.

Antes do trauma

Guaracy Nunes, o Guará, chegou à Belo Horizonte para defender o Atlético em 1933, quando tinha apenas 17 anos, e rapidamente se tornou o grande nome do futebol de Minas Gerais.

Apesar do tricampeonato estadual conquistado pelo clube mineiro, a grande façanha do atacante pelo clube transcendeu os limites de Minas Gerais e deu ao clube seu primeiro título de relevância nacional.

“Nós somos campeões dos campeões”, verso do hino entoado inúmeras vezes pelos torcedores atleticanos, remete ao título conquistado em 1937, que teve como um dos protagonistas Guará, que marcou dois dos três gols na vitória por 3 a 2 sobre a Portuguesa, partida que selou o título alvinegro.

Mesmo com a carreira encurtada pelo infeliz choque de cabeça, Guará se eternizou como um dos grandes ídolos da história do Atlético e é até hoje o quarto maior artilheiro do clube, com 168 gols marcados.

(*) Hugo Lobão sob supervisão de Henrique André

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