Histórico recente de rebaixamentos de grandes clubes em ano eleitoral serve de alerta ao Cruzeiro

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
24/05/2017 às 20:01.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:42

As últimas edições do Campeonato Brasileiro servem de lição para o Cruzeiro, clube que, apesar do bicampeonato nacional em 2013 e 2014, viveu momentos de tensão na luta contra o temido rebaixamento nos dois últimos anos.

Marcado por um ano eleitoral em 2017, a Raposa também pode usar os últimos cinco Brasileiros como alerta. Nesse período, todos os clubes rebaixados viveram a experiência de pleitos eleitorais no próprio ano ou em datas próximas às escolhas presidenciais.

Alguns dos degolados, inclusive, tiveram os bastidores incendiados pela rivalidade política, caso do Internacional no ano passado. O Colorado elegeu Marcelo Medeiros para o cargo máximo do clube com 94% dos votos em relação a Vitório Piffero, que tentava a reeleição em um dos piores momentos da equipe.

Briga política

Um dos poucos clubes brasileiros sem rebaixamentos em toda a história, o Cruzeiro nem pensa na possibilidade de um descenso neste ano. Mas, pelo momento turbulento envolvendo situação e oposição no Conselho Deliberativo, a Raposa precisa se atentar à história e tomar cuidado para que a política não influencie negativamente no desempenho da equipe dentro de campo.

Contando apenas os últimos cinco anos, grandes clubes, além do Internacional, foram rebaixados também em anos de turbulência eleitoral, como o Vasco (2013 e 2015), Palmeiras (2012) e Botafogo (2014). (veja lista abaixo)

Inflamado, os bastidores celestes vivem momentos de muita tensão desde o fim do ano passado. Seja por troca de farpas entre situação e oposição ou por batalhas ideológicas embasadas pela possibilidde da mudança do estatuto do clube.

Os correligionários pró-situação desejam a alteração do documento que rege a agremiação, enquanto os concorrentes preferem discutir esse assunto pós-pleito eleitoral de 2017.

Com a mudança do documento, o presidente Gilvan de Pinho Tavares poderia indicar seu preferido para concorrer ao cargo máximo do clube: Bruno Vicintin, que é apenas conselheiro e não reúne hoje requisitos estatutários para ser candidato. Daí a vontade de Gilvan pela mudança do documento que rege o Cruzeiro. Para ser candidato à presidência é preciso ser conselheiro benemérito ao ao menos nato com no minimo três mandatos completos e ininterruptos.

Polêmicas

A briga está tão acirrada que faixas apócrifas foram afixadas ontem nas imediações da sede administrativa. Os materiais ostentavam dizeres pesados contra as referências ao Cruzeiro na Operação Lava-Jato, após seis conselheiros do clube, dentre eles os senadores Zezé Perrella (PMDB) e Aécio Neves (PSDB) terem sido delatados pelo dono da JBS, Joesley Batista.

O presidente do conselho deliberativo celeste, João Carlos Gontijo, sofreu cobranças pela expulsão dos conselheiros citados na Lava-Jato. “Como advogado que sou, não posso tomar qualquer decisão sem respeitar o pleno exercício da lei”, disse Gontijo.

Ano de rebaixamento e situação eleitoral de clubes de 2012 a 2016

2012

Rebaixados: Sport (ano de eleição), Figueirense (ano de eleição), Atlético-GO (ano de eleição) e Palmeiras (meses antes da eleição);

2013

Rebaixados: Náutico (ano de eleição), Vasco (um ano antes da eleição), Portuguesa (ano de eleição) e Ponte Preta (um ano antes da eleição);

2014

Rebaixados: Botafogo (ano de eleição), Vitória (um ano antes da eleição), Criciúma (um ano antes de renúncia do presidente) e Bahia (ano de eleição);

2015

Rebaixados: Vasco (um ano após eleição), Joinville (seis meses depois da eleição), Goiás (ano de eleição) e Avaí (dois anos após troca de presidente);

2016

Rebaixados: Internacional (ano de eleição), Figueirense (dois anos após eleição), América (dois anos após eleição) e Santa Cruz (um ano depois da eleição).

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por