O técnico da seleção inglesa, Roy Hodgson, só vai revelar a escalação da Inglaterra minutos antes do amistoso deste domingo contra o Brasil, na reinauguração do Maracanã. Ainda neste sábado, os ingleses vão fazer o reconhecimento do gramado do estádio. Em coletiva concedida nesta tarde, o treinador elogiou o atacante brasileiro Neymar, mas afirmou que ele não receberá marcação especial. O capital da seleção da Inglaterra, Frank Lampard, não poupou elogios ao novo contratado do Barcelona.
"Claro que conheço Neymar", disse o capitão inglês. "Ele jogou contra nós no amistoso em Wembley (vencido pela Inglaterra por 2 a 1, em fevereiro), mas estava em começo de temporada. Vi jogos dele, clipes no Youtube e ouvi muito sobre ele com David Luiz, Ramires e Oscar no Chelsea. Ele com certeza será um superstar. Já é um superstar jovem, mas espero que seja mais. Precisamos de Messis e Ronaldos no futebol, e ele será um dos melhores do mundo", disse.
O técnico inglês disse que seria "tolice" focar a marcação só em Neymar. "O que sempre tornou o Brasil tão forte é o fato de terem mais de um craque. Estamos preocupados com o Neymar, sim, mas infelizmente outros jogadores também podem nos causar problemas se tiverem espaço", afirmou Hodgson. Ele também ressaltou o fato de os jogadores brasileiros - os que atuam no futebol do País - estarem em pré-temporada na época do amistoso vencido pelos ingleses. Sobre a escalação: "Vocês vão ter de esperar até o chute inicial, amanhã (domingo)", sorriu.
Apesar da conhecida pontualidade britânica, a coletiva começou com meia hora de atraso. Roy Hodgson comentou a pressão sobre o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, e o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira. "A Inglaterra tem semelhanças com Brasil, Espanha, países onde o futebol significa muito. Milhões de pessoas acham que sabem exatamente o que precisa ser feito, Luiz Felipe e Carlos Alberto têm uma Copa aqui", disse.
"Entre 1994 e 1996, ninguém dizia uma coisa boa sequer sobre a seleção inglesa antes da Euro em casa. Quando entramos na competição, ninguém achava que tínhamos chances", lembrou. A Inglaterra, então treinada por Terry Venables, chegou às semifinais, mas foi eliminada pela Alemanha em Wembley. "Antes da Copa de 1998, eram só críticas à França. Se eu posso dizer algo de consolação para Luiz Felipe e Carlos Alberto, é isso."
O técnico inglês contou que já esteve no Maracanã antes, "em 1986 ou 1987", num Flamengo e Fluminense. "Há cinco ou seis estádios no mundo que todo jogador ou treinador gostariam de dizer: 'Eu trabalhei lá'. O Maracanã é um deles e amanhã (domingo) vou conseguir isso", disse.
Hodgson afirmou não ter ficado preocupado com a suspensão do jogo pela Justiça esta semana, que acabou revogada no mesmo dia. "O mais importante para mim é dentro do estádio. Fora, pode haver alguma coisa por fazer, mas o Brasil tem um ano para resolver isso até a Copa do Mundo. Estou muito honrado porque seremos o primeiro time a jogar lá." À frente da seleção inglesa, o técnico só perdeu um jogo em 16 como comandante da Inglaterra.