Improviso e ‘maquiagem’ marcam o aeroporto de Confins às vésperas da Copa

Ao invés de últimos acabamentos e retoques que deveriam estar acontecendo, o aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins, convive ainda com o improviso e “maquiagem”.

Mesmo com o prazo para entrega das obras estourado, as intervenções, ainda inacabadas, recebem a proteção de tapumes. Funcionários a todo momento passam pano no chão para tirar a poeira vinda de obras na área que vai receber as lojas, ainda fechadas. No quiosques que vendem lanches, mesmo o esforço dos trabalhadores da limpeza não é capaz de impedir o incômodo da poeira.

Da última sexta-feira (30) para nessa terça-feira (3), dias em que o Hoje em Dia visitou o terminal, o que mudou foi o esforço redobrado para limpar a poeira do piso e avançar nas obras dos jardins, que já estão bem adiantadas, apesar de ainda serem áreas isoladas dos usuários. As ações imediatas previstas, como reforma dos banheiros e troca de iluminação, ainda não estão implementadas, pelo menos não em sua totalidade.

Turista

Embora a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) o aeroporto internacional de Belo Horizonte pronto para receber turistas, os improvisos nas obras não agradaram os primeiros estrangeiros que desembarcam na Capital para o torneio internacional de futebol.

“A primeira impressão é muito ruim. A poucos dias do início da Copa e o aeroporto é um caos, com obras para todo lado. No México, ouvia notícias de obras em atraso, como dos estádios, mas não sabia que estava desse jeito”, disse o engenheiro civil, de Puebla, no México, Raul Sanches.

É a primeira vez que Sanches visita Belo Horizonte. Ele pretende ficar por 20 dias no Brasil e ainda não decidiu quantos em Belo Horizonte. 

BH Airport aposta no Aeroporto Indústria 

A BH Aiport, concessionária que arrematou o aeroporto de Confins, levou também o aeroporto-indústria, em terreno anexo, e que é visto pelo governo estadual como um empreendimento com potencial para atrair grandes empresas de tecnologia. A BH Airport assumirá a administração em agosto, mas já conversa com o governo mineiro sobre planos para o local.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Rogério Nery, disse que a estratégia é antecipar o que for possível em trâmites burocráticos para que o início da operação também seja antecipado. 

“O governo não é administrador do aeroporto, mas trabalha para induzir que empresas de ponta se instalem lá, como alguns laboratórios, que precisam ser vizinhos de aeroportos pelo tempo de coleta do material e transporte. Noque se refere a forma de cessão dos terrenos, está tudo acertado”, disse o secretário.

A expectativa é anunciar o primeiro protocolo de intenções ainda neste ano. Em paralelo, o governo estadual negocia a instalação de uma grande câmara fria para viabilizar a exportação de frutas via aeroporto de Confins. 

“Estamos em fase de apresentar nossas demandas ao novo concessionário”, afirmou Nery.

Estrutura

O aeroporto indústria é um condomínio industrial em terreno anexo ao aeroporto internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e que terá um regime especial de tributação para os empreendimentos que se instalarem lá.

Ele funcionará como entreposto aduaneiro especial e, se autorizado pela Receita Federal, as empresas instaladas terão benefícios fiscais, como a suspensão do pagamento de impostos incidentes na importação de insumos (Imposto de Importação, IPI, PIS, Cofins e ICMS, etc), entre outros benefícios.