Infantino, da Fifa, diz que vídeo no Mundial foi 'extremamente positivo'

Estadão Conteudo
17/12/2016 às 11:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:07
 (Fabrice Coffrini)

(Fabrice Coffrini)

Após duas polêmicas seguidas sobre o uso de vídeo pela arbitragem no Mundial de Clubes, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, veio a público neste sábado para defender o procedimento. O mandatário da entidade máxima do futebol aprovou o recurso e avaliou como "extremamente positiva" a utilização do auxílio do vídeo em dois jogos da competição disputada no Japão.

"Os resultados são extremamente positivos", declarou Infantino, em entrevista coletiva realizada no Estádio Internacional de Yokohama, que será o palco da final entre Real Madrid e Kashima Antlers neste domingo. "É claro que há aprendizados, claro que há alguns tópicos que vamos precisar discutir com mais detalhes, mas o resultado é extremamente positivo. Por quê? Porque o árbitro pode agora tomar a decisão correta e a justiça e a transparência foram levadas para o campo."

O recurso, porém, gerou polêmica imediata por causa de marcações duvidosas e confusas da arbitragem. A começar pelo jogo entre Atlético Nacional e Kashima Antlers, na primeira semifinal do Mundial. O primeiro gol da equipe japonesa saiu em cobrança de pênalti marcado com a ajuda do vídeo. Porém, jogadores do Atlético reclamaram que o alvo da falta dentro da área estava em posição de impedimento.

Na outra semifinal, entre Real e América, do México, Cristiano Ronaldo marcou o segundo gol dos espanhóis, mas, segundos depois, o árbitro anulou a jogada por suposto impedimento, alegando que havia sido alertado pelo auxílio do vídeo. Quando o América disparava para o ataque, no entanto, Enrique Cáceres voltou atrás inexplicavelmente e revalidou o gol.

Chefe do departamento de desenvolvimento técnico da Fifa, o ex-jogador Marco Van Basten também esteve na coletiva e defendeu os árbitros das duas partidas. "No primeiro jogo, o juiz não viu a penalidade e o auxílio do vídeo detectou a clara falta. O árbitro assistiu à televisão e disse 'ok, você está certo e eu vou dar o pênalti'. Então, no final, levou alguns segundos a mais para decidir, mas tomou a decisão correta", declarou.

Van Basten disse que a segunda polêmica, no jogo do Real, se deveu a uma falha na comunicação entre os árbitros. "Quando Cristiano Ronaldo anotou o segundo gol, a situação estava clara e não havia impedimento. No final, a decisão correta foi tomada. Somente a comunicação entre o árbitro que cuida do auxílio do vídeo e o árbitro principal não foi totalmente adequada", justificou.

Infantino minimizou os episódios e defendeu a iniciativa. "Há mais de 50 anos estamos discutindo sobre usar ou não o vídeo, e a Fifa foi criticada por não utilizar essa tecnologia. Eu fui cético, mas se não testarmos, como saberemos se funciona?", afirmou Infantino, ao defender os testes com o recurso no Mundial de Clubes.

"É paradoxal que hoje, em 2016, em casa ou no próprio estádio, em poucos segundos os torcedores saibam se o árbitro cometeu um grande erro ao olhar apenas no celular e os únicos que não saibam sejam os próprios árbitros, exatamente porque proibimos", argumentou.

O presidente da Fifa também minimizou as reclamações quanto ao tempo despendido pelos árbitros para conferir o replay, em uma tela na beira do gramado. "Perdemos tanto tempo nas partidas, o que é um minuto ou 30 segundos? Não queremos parar o ritmo de jogo. Ele é fundamental para o esporte. Mas não achamos que ele será cortado por causa do uso desse sistema."
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