(Washington Alves)
O ano está chegando ao fim e o planejamento da próxima temporada já é assunto nos clubes brasileiros. Especialmente no Cruzeiro, uma nova etapa começará com heranças dos fatídicos 2015 e 2016, anos em que a Raposa amargou campanhas ruins.
Tais desempenhos são frutos das “canetadas” mal dadas fora de campo. Principalmente pelo inchaço na lista de atletas ligados ao clube desde que Gilvan de Pinho Tavares assumiu o posto de presidente.
Jogadores fora dos planos para 2017 têm vínculos extensos com o Cruzeiro e oneram a folha do clube. Dinheiro que “jorra pelo ralo”, e poderia ser investido na contratação de jogadores de qualidade.
Contratado em 2015, o atacante Joel custou R$ 2,5 milhões aos cofres celestes. Sem brilho na Toca II, foi emprestado de graça ao Santos após 24 jogos e apenas três gols com a camisa azul. O Cruzeiro detém 50% do jogador, que está vinculado à equipe até 2020.
Joel, que não está nos planos de Mano Menezes, não é o único nessa situação. Breno Lopes, que em 2014 foi reserva do reserva na lateral esquerda, assinou contrato até setembro de 2019. Como não atingiu nível técnico satisfatório e tem inúmeros concorrentes na posição, é carta fora do baralho. Atualmente o jogador gera apenas custos para o clube e tem sido repassado a outras equipes. Está na Ponte Preta.
LATERAIS
Contestados, os também laterais-esquerdos Bryan e Edimar receberão salários do clube até maio de 2019, e junho de 2018, respectivamente. Parte do atual grupo, ambos não têm presença garantida no elenco do ano que vem e, caso um deles permaneça em Belo Horizonte, ganhará a concorrência do jovem Diogo Barbosa, do Botafogo. O jogador pode ser anunciado como reforço a qualquer momento.
Ainda falando da lateral esquerda, Eugenio Mena também está perto de retornar à Toca II. Emprestado ao São Paulo até o final do ano, ele recebe cerca de R$ 180 mil por mês e, como o Cruzeiro não aceita renovar o empréstimo, pode ter que assumir a despesa salarial se não negociar o bicampeão da Copa América pelo Chile. Mena tem mais 12 meses de contrato com a Raposa.
ALTO CUSTO
Outro que custou milhões ao Cruzeiro e não terá chances é o garoto Pará. Foram R$ 3 milhões pagos ao Bahia no ano passado por um atleta que já passou pelo Atlético-PR e, recenteme[/TEXTO]nte, caiu para a Série B com o Figueirense. Ele foi dispensado do time catarinense e terá que ser oura vez emprestado.
lateral direita foi um terrível problema do Cruzeiro no ano. Ezequiel, que chegou do Criciúma recentemente, mas não teve seu trabalho 100% aprovado por Mano Menezes, pode deixar a equipe e engrossa a vasta lista de contratados na era Gilvan de Pinho Tavares: contrato até julho de 2019.
RETORNO
Para ocupar uma das vagas no plantel estrelado em 2017, a diretoria atenderá pedido de Mano Menezes e trará de volta o ala Fabiano, que foi comandado pelo treinador em 2015. O jogador foi campeão brasileiro no Palmeiras há menos de três semanas. Junto dele, Mayke, jovem revelado na Toquinha, voltará a ter chances..
Praticamente um turista em Belo Horizonte, o uruguaio Federico Gino é outro que leva vida tranquila no Cruzeiro. Com pouca -ou quase nenhuma - chance, o volante ainda tem um ano e meio de contrato. Ele faz parte do atual elenco desde o começo da temporada e atuou, até aqui, em 11 jogos.
Não bastasse o caminhão de dinheiro gasto desde que venceu o Brasileirão duas vezes seguidas (2013 e 2014), o Cruzeiro ainda paga salários de atletas contratados em 2012 e que sequer estão no grupo há anos. Casos do zagueiro Rafael Donato, do volante Uelliton, do lateral-esquerdo Diego Renan e do defensor Thiago Carvalho. Os três últimos com contratos a se encerrar agora em dezembro, sem chance de renovação. Apesar disso, foram três anos de gastos supérfluos com jogadores que serviram outros clubes e não à agremiação estrelada.
SEIS DIRETORES
Desde que assumiu o Cruzeiro, Gilvan contou com a ajuda de seis profissionais que exerceram (ou exercem) a função de diretor de futebol. Foram 10 contratações feitas por Dimas Fonseca; 44 por Alexandre Mattos; 14 pela dupla Valdir Barbosa e Benecy Queiroz (dividiram o cargo em 2015); duas por Isaias Tinoco e 17 por Thiago Scuro.