A confusão na partida entre Sérvia e Albânia, na terça-feira (14), pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2016, pode ter sido movida por conflitos políticos em sentido literal. Fontes do gabinete do governo sérvio disseram ao canal CNN que Olsi Rama, irmão do primeiro-ministro albanês Edi Rama, estava segurando o controle remoto do drone (uma aeronave não tripulada, conduzida remotamente), que levou uma bandeira ao Partizan Stadium e causou briga generalizada entre jogadores e torcedores que invadiram o gramado.
De acordo com a apuração do canal de notícias norte-americano, Olsi Rama foi detido e interrogado pela polícia local e deve voltar para a Albânia ainda nesta quarta-feira. Questionado por jornalistas na saída do local onde prestou depoimento, o irmão do primeiro-ministro se defendeu e garantiu: "Não tenho a nada a ver com o drone".
O drone, que carregava uma bandeira fazendo referência ao país, entrou no gramado do estádio aos 41 minutos do primeiro tempo e causou revolta entre os torcedores sérvios. Quando foi retirar o objeto, o defensor Stefan Mitrovic foi alvo de indignação dos jogadores albaneses, e logo depois, começou uma briga generalizada com direito à invasão de torcedores, fato que motivou o árbitro a interromper e encerrar a partida.
Sérvia e Albânia são rivais históricos, principalmente depois do desmembramento da antiga Iugoslávia. A Guerra de Kosovo, na década de 1990, expulsou milhões de kosovares da região e eles foram acolhidos pela Albânia, acusada pelos sérvios de incentivar o confronto. Formalmente, Kosovo ainda é território sérvio e não tem reconhecimento, por exemplo, para ter uma seleção jogando as Eliminatórias da Eurocopa. Além disso, há um confronto religioso entre os muçulmanos albaneses e os cristãos ortodoxos sérvios.
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