Jogo entre São Paulo e Corinthians vale pela rivalidade

Fernando Faro e Vítor Marques
02/12/2012 às 08:50.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:59

São Paulo e Corinthians pisarão neste domingo, às 17 horas, no gramado do Pacaembu sem nada a aspirar no Campeonato Brasileiro e, por isso mesmo, mais preocupados com outras competições: enquanto o time tricolor se prepara para a final da Copa Sul-Americana, a equipe alvinegra só pensa no Mundial de Clubes da Fifa. Ainda assim, não é justo tratar o clássico como um mero amistoso. Sempre que São Paulo e Corinthians se enfrentam, a rivalidade obriga os jogadores a fazer de tudo para derrotar o inimigo.

Embora esteja totalmente focado no jogo de quarta-feira contra o Tigre, na Argentina, o São Paulo pode atingir uma marca importante no Pacaembu, que receberá o clássico porque o Morumbi está reservado para um show da cantora Madonna. Se não for derrotado, o time terminará o Brasileirão sem perder nenhum clássico, o que não acontece desde 2008, quando o torneio não tinha o Corinthians, que estava na Série B. A última vez que o São Paulo terminou sem perder clássicos um Brasileirão com todos os seus rivais foi em 1994.

Nos cinco clássicos que fez no Brasileirão, o time obteve três vitórias e dois empates, marca expressiva para quem vinha fraquejando diante dos maiores adversários nos últimos anos.

Quem pensa que o São Paulo vai se conformar com o papel de sparring do Corinthians em sua preparação para o Mundial está muito enganado, segundo o volante Wellington. "Vamos tentar deixá-los tristes, doloridos e chegar um pouquinho mais firme neles. Temos de ter sabedoria para jogar esse clássico e conseguir o resultado", disse ele, em tom descontraído.

O sempre agitador Emerson riu da provocação do são-paulino e surpreendeu ao dizer que vai torcer para o São Paulo na final da Sul-Americana. "Não vejo maldade nisso, de verdade, mas sei que tem gente que vê. São duas competições diferentes, não desmerecendo o título que o São Paulo deve ganhar. Como brasileiro, eu sempre torço para o Brasil, mesmo que seja rival. Vou torcer".

A escalação do São Paulo na partida é um mistério. Ney Franco admitiu que está em dúvida entre colocar os titulares em campo ou poupá-los para a partida contra o Tigre. O mais provável é que o treinador opte por um meio termo para não perder nenhuma peça importante para o jogo na Argentina. Por isso, mesmo relacionando força máxima (com exceção de Rhodolfo e Denilson, poupados por desgaste), jogadores como Luis Fabiano devem ser preservados. "Ainda bem que já chegamos a esse jogo com a classificação (para a Libertadores da América) definida. Se estivéssemos precisando vencer com dois compromissos valendo título, seria difícil", disse Ney Franco. "Agora cumprimos tabela e a prioridade é o jogo contra o Tigre, é uma final. Se percebermos que alguma coisa pode atrapalhar, daremos a prioridade".

Do lado corintiano, fala mais alto o desejo de fazer uma boa apresentação para chegar embalado ao Japão - e, de quebra, tentar devolver a derrota sofrida no primeiro turno do Brasileiro (2 a 1, de virada), também no Pacaembu. Tite cumprirá seu planejamento e escalará o que tem de melhor. A única exceção é o zagueiro Paulo André, com lesão na panturrilha esquerda. Ele dará lugar a Wallace. "É um jogo em que todos querem participar. Será um privilégio voltar a jogá-lo. Esperamos fazer um bom jogo. No último, fomos bem, mas perdemos", falou o meia Danilo.

Tite deu um recado aos seus jogadores: o treinador pediu para que eles entrem em campo com seriedade, apesar do risco de lesões. O gaúcho acredita que se os jogadores entrarem em campo com o "pé mole", como se diz na gíria do futebol, é a chance de alguém sair de campo machucado será maior. Desde o fim da Libertadores, Tite defende a ideia de que o melhor para o time é encerrar o Brasileirão jogando bem. E, de preferência, com vitória sobre um de seus maiores rivais.
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