Jornalistas e torcedores estrangeiros em BH atentos às manifestações

Vinícius Las Casas - Hoje em Dia
22/06/2013 às 14:59.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:22

Não são apenas os brasileiros que vivem e convivem com as manifestações nas principais cidades do país. Alguns turistas e profissionais que estão no Brasil para a Copa das Confederações também relataram as suas impressões sobre os protestos que tomam conta das ruas nas cidades brasileiras.


A mexicana Jaqueline Laniz, que está pela primeira vez no Brasil, acompanhando a seleção mexicana, relatou que viveu momentos complicados em Fortaleza, onde próximo ao Castelão, manifestantes entraram em confronto com a polícia.


"É a minha primeira vez no Brasil. Em Fortaleza, tivemos um incidentee e por pouco não chegamos ao estádio e hoje temos preocupação sim", disse, acompanhada de dois outros mexicanos.


"Em Belo Horizonte, (a chegada) foi muito melhor. Em Fortaleza, vimos um confronto, com muitas pedras. Tivemos que sair correndo e com as mãos na cabeça, para proteção", apontou.


O alto número de policiais e membros da guarda da Força Nacional foi visto como um fator que dá sensação de maior tranquilidade.


"Dá uma sensação tranquilidade por ter muito carro da polícia, uma sensação de segurança".


O japonês Motoshi Nagazaki, 36 anos, veio com sua esposa e o filho Koya, de seis anos, ao Mineirão. Morador de São Paulo, Nagazaki revela uma certa preocupação com a segurança da sua família, mas entende a insatisfação que leva os brasileiros às ruas.


"Na verdade existe uma preocupação sim. É muito difícil falar sobre as manifestações. Acho que o Brasil tem alguma dificuldade para viver. As taxas são altas e torna a condição de vida muito difícil, comparado a outros países como Estados Unidos e Japão. Mas entendo os protestos.


Jornalistas


Na visão dos jornalistas mexicanos, a os protestos tomaram uma proporção maior devido à realização da Copa das Confederações no Brasil. Para Juan Manuel Taran, do portal mediotempo.com, as manifestações não teriam o mesmo apelo, se não fosse a competição organizada pela Fifa.


"A verdade é que é um pouco complicado, sobretudo para o Brasil que tem a organização da Copa do Mundo e Copa das Confederações. Entedemos o que as pessoas pedem, melhorias na saúde e educação. Creio que se não tivesse Copa no Brasil, as manifestações nao seriam tão grandes. Esperamos que as autoridades consigam chegar a um acordo com as lideranças da manifestação", afirmou Taran.


Taran, cobrindo a seleção mexicana desde o início da competição, já passou por Rio de Janeiro e Fortaleza, além de acompanhar a abertura do torneio em Brasília, com o jogo entre Brasil e Japão. O jornalista disse que presenciou as manifestações nas três cidades, com os confrontos na capital fluminense sendo os mais violentos.


"É complicado para chegar aos estádios para os jornalistas e para os torcedores, e também é difícil para os manifestantes, nos confrontos com a polícia. Em Fortaleza, tivemos que caminhar quatro ou cinco quilômetros para poder chegar ao estádio. Em Belo Horizonte, está muito tranquilo. Em Brasília, vimos a manifestação, mas estávamos chegando ao estádio. O maior problema foi no Rio de Janeiro que teve um enfrentamento, gás lacrimogêneo..."
 

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