Judô usa Mundial da Rússia para brilhar em 2016

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
23/08/2014 às 11:54.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:54
 (FRANCK FIFE/afp – 28/7/2012)

(FRANCK FIFE/afp – 28/7/2012)

A história do judô nas Olimpíadas é recente. Introduzida no programa oficial apenas em 1964, em Tóquio, a modalidade só se firmou definitivamente em 1972, nos Jogos de Munique, já que ficou de fora da edição de 1968, na Cidade do México.    Desde então, o judô se tornou sinônimo de medalhas para o Brasil. E a aposta é que siga assim em 2016, quando os Jogos serão realizados no Rio de Janeiro. Um dos passos mais importantes na preparação da seleção brasileira é o Mundial da Rússia, que começa a ser disputado na madrugada de amanhã.   Com 12 dos 18 integrantes da seleção brasileira integrando o Top 10 do ranking das suas respectivas categorias, o Brasil é uma das potências do esporte e vai ter a chance de medir forças com seus principais concorrentes, que são os franceses, russos e japoneses.   O judô já deu 19 medalhas olímpicas ao Brasil, sendo três de ouro, duas de prata e 13 de bronze. A primeira foi conquistada em 1972, com Chiaki Ishii, que ficou com o bronze no meio-pesado.   Em Los Angeles, 12 anos mais tarde, o País alcançou o segundo lugar do pódio, com Douglas Vieira, que entrou para a história ao se tornar o primeiro judoca tupiniquim a chegar a uma final olímpica. O primeiro ouro veio em 1988, em Seul, com Aurélio Miguel.    A conquista foi um marco na modalidade. A partir dela surgiram diversos judocas vencedores no Brasil, que se tornaram campeões mundiais e olímpicos e fizeram do país uma das forças no esporte.   Dos 18 judocas brasileiros que lutam na Rússia, dois disputam o mundial como líderes do ranking em suas respectivas categorias, Charles Chibana, até 66kg, e Rafael Silva, o Baby, acima de 100kg. E eles se inspiram nas gerações anteriores.   “O judô está em um bom momento e acredito que os resultados se devem ao legado que os atletas mais antigos deixaram. Todos que começaram a carreira do sonho olímpico, iniciaram a pratica do judô se espelhando em algum ídolo. No meu caso, foram Aurélio Miguel, Tiago Camilo e Leandro Guilheiro. Essa história que o judô tem só somou para a evolução da modalidade”, avalia Rafael. Já Chibana credita o sucesso do judô no Brasil à forma como os brasileiros usam as técnicas.  judô brasileiro mescla as duas grandes escolas mundiais. Temos o judô de força, da Europa, só que com a técnica oriental”, conclui o judoca     Mulheres brilharam na Olimpíada de Londres   O judô feminino só entrou no programa olímpico em 1988, em Seul, mas as mulheres puderam ocupar o tatame apenas como um teste. Quatro anos depois, em Barcelona, finalmente elas foram aceitas oficialmente.   Mas demorou para que as brasileiras conseguissem se destacar na modalidade. A primeira conquista olímpica veio apenas 16 anos mais tarde, em Pequim, com a atleta do Belo Dente/Minas Ketleyn Quadros, que se tornou a primeira judoca do Brasil a subir no pódio, conquistando o bronze na categoria leve.    “Para sempre meu nome será lembrado por conta daquela medalha, afinal foi a primeira conquistada por uma mulher no judô. Mas quero mais. Estou me preparando para disputar mais uma Olimpíada e quem sabe conquistar outra medalha”, espera Ketleyn Quadros.   Aos 26 anos, a judoca faz parte, ao lado de Luciano Correa, de 31 anos, do grupo dos judocas mais experientes da atual geração brasileira.   “Apesar de estarmos há muito tempo no circuito, temos ainda muito o que evoluir. O tempo nesse caso é nosso aliado. Terei 28 anos no Rio, e acredito que vou chegar no meu auge”, garante Ketleyn.   Nos Jogos de Londres, em 2012, o judô brasileiro teve a melhor participação da sua história numa Olimpíada. E isso foi graças às mulheres. A maior responsável é Sarah Menezes, que se tornou a primeira mulher a chegar ao lugar mais alto do pódio, lutando na categoria ligeiro.   Além do ouro da piauiense, Mayra Aguiar conquistou o bronze, feito repetido por Felipe Kitaday e Rafael Silva. Os quatro disputam o Mundial da Rússia.      SAIBA MAIS   34 medalhas do Brasil em Mundiais   O Brasil tem 34 medalhas em mundiais (5 de ouro, 10 de prata e 19 de bronze). Chiaki Ishii também foi o primeiro brasileiro no pódio, com o bronze, em 1971, na Alemanha. O primeiro ouro só veio em 2005, com João Derly, no Egito. Ele faturou o bi em 2007, no Rio de Janeiro, quando Thiago Camilo e Luciano Corrêa também foram campeões. No ano passado, Rafaela Silva se tornou a primeira mulher a conquistar um ouro em Mundiais.

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