Justiça da Bolívia liberta os 5 torcedores corintianos

Gonçalo Júnior
02/08/2013 às 20:42.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:38

Os cinco corintianos acusados de envolvimento na morte do torcedor Kevin Espada foram libertados no começo da noite desta sexta-feira da penitenciária San Pedro, em Oruro, na Bolívia. Cleuter Barreto Barros, Leandro Silva de Oliveira, José Carlos da Silva Júnior, Marco Aurélio Nefreire e Regínaldo Coelho foram transferidos para a capital La Paz e devem chegar ao Brasil no final de semana. A informação foi confirmada pelo Ministério da Justiça e a Embaixada do Brasil na Bolívia, que prestavam assessoria à defesa dos réus. No próximo dia 20 de agosto, o grupo completaria seis meses na prisão.

Os cinco corintianos integram um grupo de 12 acusados de envolvimento no disparo do sinalizador que matou Kevin no jogo entre San Jose e Corinthians, no dia 20 de fevereiro, pela Taça Libertadores. Sete deles foram soltos em junho. No dia 24 de julho, o Ministério da Justiça anunciou um acordo em que o Corinthians vai pagar US$ 50 mil (R$ 110 mil) em indenização à família de Kevin. A negociação, feita entre a justiça boliviana e os advogados de defesa do clube, foi intermediada pela Defensoria Publicada União e pelo Ministério Público do Distrito de Oruro. Esse pagamento permitiu a que a justiça boliviana aceitasse libertar os cinco torcedores.

A liberação dos corintianos significa que o processo pode ser encerrado sem que o autor do disparo seja efetivamente punido. De acordo com a Vara da Infância e da Juventude de São Paulo, a libertação dos 12 corintianos indica que a justiça boliviana acatou a confissão do torcedor corintiano de 17 anos que assumiu a autoria do disparo.

A partir da confissão, o menor será julgado de acordo com as leis bolivianas, mas não deve cumprir a pena (se for condenado). Como é menor de idade, ele é inimputável pelas leis brasileiras. Além disso, a lei proíbe a extradição de brasileiro nato. "Mesmo que seja condenado, ele não vai cumprir a pena. Ele só iria para a prisão caso se apresentasse espontaneamente na Bolívia", explica Thales Cézar de Oliveira, promotor responsável pelo caso no Brasil. Como o mesmo crime não pode ser julgado em dois países diferentes, o Ministério Público de São Paulo deve encerrar o processo brasileiro.
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