A Justiça do Trabalho determinou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conceda um intervalo mínimo de 72 horas entre partidas de uma mesma equipe nas competições que organiza. A decisão da juíza Milena Casacio Ferreira Beraldo, da 8ª Vara do Trabalho de Campinas, prevê multa diária de R$ 25 mil em caso de descumprimento - e isso implica já na elaboração das tabelas da temporada 2015. A ação foi movida pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, e contou com parecer do Ministério Público do Trabalho. A promotoria defendeu o intervalo de 72 horas, superior inclusive ao que prevê a Lei Pelé e o Regulamento Geral de Competições da CBF, de 66 horas. Procurado, o diretor jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, estava em reunião e não pôde atender a ligação. Como a decisão foi em primeira instância, cabe recurso. Em sua defesa na ação, a CBF informou que não é responsável pela escalação dos atletas. A juíza entendeu, entretanto, que a entidade é a responsável pelo calendário que faz os times jogarem em tempo inferior a esse intervalo. Na tabela do Campeonato Brasileiro de 2014, por exemplo, houve casos em que times jogaram às 21h30 de quinta-feira e voltaram a campo às 19h30 do domingo, cumprindo a exigência de 66 horas de intervalo, mas não as 72 que a juíza determinou. A Federação dos Atletas tem estudos que mostram que o jogador precisa de pelo menos três dias (72 horas) para se recuperar totalmente entre uma partida e outra e não correr risco de lesões ou outros problemas de saúde.