Leandro Ribela sonha em voos altos na Olimpíada de Sochi

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
06/02/2014 às 10:02.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:51
 (COB)

(COB)

Dono de uma marca surpreendente, o paulista Leandro Ribela é um dos integrantes da delegação brasileira que está em Sochi, na Rússia, para a disputa da Olimpíada de Inverno, que será aberta, oficialmente, amanhã. O atleta, que mora em São Paulo e viaja para treinar, em média, duas vezes por ano, chega à sua segunda edição dos Jogos como líder do ranking latino-americano de cross-country sprint.

Com 264,83 pontos, o esquiador brasileiro está à frente do argentino Federico Cichero e do chileno Yonathan Fernandez. Na Rússia, ele só compete a partir de terça-feira, mas chega com moral. “Trabalhei quatro anos para ser o melhor que eu pudesse nessa disciplina, atingir o índice olímpico e conseguir levar o Brasil pela primeira vez a uma prova de sprint em Jogos Olímpicos”, comemora.

O atleta garante que, mesmo morando longe do frio e da neve, é possível sonhar em se sair bem na competição. “Moro em São Paulo até hoje. Então claro que dá para chegar longe, mesmo sem as melhores condições de treino. Para isso, basta sonhar, ter um objetivo claro, focar naquilo que quer e se dedicar a isso de forma obstinada”, afirma Ribela.

Ele compara a situação a de outros esportes que também exigem de seus praticantes uma “fuga” do Brasil. “As competições ocorrem todas na neve. Então tenho que passar os invernos treinando e competindo na Europa ou Estados Unidos para poder pontuar no ranking internacional. Mas essa é a vida de um atleta de alto rendimento de qualquer modalidade esportiva, não apenas o ski”, conclui.

Idealizador do projeto social “Ski na Rua”, Leandro aposta que, no futuro, o país terá mais competidores conseguindo se classificar para as competições na neve e, consequentemente, para olimpíadas. “Desse projeto estão surgindo vários talentos, através do rollerski, que é bem parecido com o cross-country”, finaliza.

Laís Souza

Leandro Ribela e os demais brasileiros que competirão em Sochi estarão com o pensamento em Laís Souza, companheira de equipe que sofreu grave acidente de esqui nos Estados Unidos, na semana passada, durante treino. Ela teve lesão na coluna cervical e foi transferida ontem de Salt Lake City para o Hospital da Universidade de Miami. O local tem vasta experiência no tratamento de problemas como o dela, conforme explica o médico brasileiro Antonio Mattos Junior, que trabalha lá e acompanha a jovem desde o dia seguinte ao acidente.

Entrevista: Leandro Ribella

O país pode sonhar em ter medalhas na Olimpíada de Inverno?
Talvez a única que possa sonhar com uma medalha é a Isabel Clark, atleta do snowboard. Mas, ainda, assim é muito difícil. A longo prazo, acredito que outras modalidades, como ski aerials, por exemplo, também tenham possibilidades de medalhas, mas vai demorar alguns ciclos olímpicos ainda.

Como é ter que adaptar o treino para o Brasil?
Meu treino é adaptado em São Paulo todo o tempo. Utilizo muito o rollerski como forma de treinamento. O rollerski é um ski com rodinhas, que simula a técnica do ski cross-country no asfalto e é utilizado por todas as equipes de cross-country do mundo durante o verão. Como não temos neve o ano inteiro, nos resta treinar com isso nos parques da cidade e na Cidade Universitária.  

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