(Emmanuel Dunan / AFP)
Passado o “momento de emoção” após a queda diante da Bélgica nas quartas de final da Copa de 2018, o técnico Tite precisará decidir se continua ou não à frente da Seleção Brasileira até o Mundial do Catar, em 2020.
Com 82% de aproveitamento no cargo, o treinador já foi procurado pela cúpula da CBF desde 2017 com propostas de renovação do contrato, mas preferiu adiar todas as conversas para depois do término da competição. Questionado após a eliminação na Arena Kazan, o treinador também evitou o tema.
Apesar de ter sofrido críticas pontuais acerca da convocação e de algumas decisões durante a campanha no Mundial, Tite tem prestígio com a entidade e, principalmente, com a torcida.
“Talvez a dor fique aflorada. Está muito difícil falar com vocês agora. Mas o torcedor sabe avaliar, enxerga o campo. Talvez por isso reconheça e passe esse carinho”, declarou o técnico após o revés.
Elenco
Com ou sem Tite, o próximo grande compromisso da Seleção Brasileira será a disputa da Copa América, no ano que vem, como anfitriã. Apesar do peso de jogar em casa e do jejum de três edições sem conquistar o torneio, o planejamento daqui em diante, naturalmente, será pautado em função do Mundial de 2022. Nesse sentido, já é possível fazer algumas análises a respeito do elenco canarinho.
Um dos problemas mais óbvios é a alta média de idade da equipe, a oitava mais envelhecida dentre todas as participantes desta edição. Os zagueiros Miranda, Thiago Silva e Pedro Geromel, o volante Fernandinho e o lateral Filipe Luís, por exemplo, já completaram 32 anos ou mais e, provavelmente, tiveram a última chance de conquistar o título.
Já o meia Philippe Coutinho e o atacante Neymar, principais nomes do time, chegarão à próxima Copa com 30 anos, teoricamente ainda em boas condições de disputar a competição. Personagem mais questionado na Rússia, o centroavante Gabriel Jesus tem só 21 e poderá acumular mais experiência neste próximo ciclo.
A necessidade de renovação pode reabrir as portas para nomes como Arthur (21), Luan (25), Jemerson (25) e Alex Sandro (27), todos convocados ao menos uma vez por Tite, além de Lucas Paquetá (20), presente entre os suplentes na lista final para a Rússia.
Uma coisa é certa. Mesmo sem trazer o hexacampeonato, o treinador parece ter recolocado o Brasil nas primeiras prateleiras do futebol mundial. Mas encerra a participação na Copa deixando a impressão de que poderia ter feito opções diferentes e que lições deverão ser tiradas da eliminação.