Liderada pelo Galo, veto à mudança do mando de campo é criticado por Secretário de Esporte do DF

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
23/02/2017 às 16:35.
Atualizado em 16/11/2021 às 00:41

Na última segunda-feira, uma reunião na CBF que contou com a presença dos clubes da série A determinou em mudanças significativa para o Campeonato Brasileiro. Uma das decisões, levantada pelo Atlético e acordada em votação, foi a de proibir que os mandos de campo sejam alterados para praças fora do estado de origem do clube mandante. E isso gerou desaprovação da Secretaria de Turismo do Distrito Federal.

O Mané Garrincha, no Distrito Federal, estádio reformulado para a Copa do Mundo de 2014 sob o orçamento de R$ 1,6 bilhão, será um elefante ainda mais branco. A mega-construção, financiada pelo dinheiro público, foi levantada num estado sem grande representatividade no cenário do futebol nacional. 

Com a decisão, a arena ficará ainda mais inoperante, pois antes o Flamengo conseguia levar alguns de seus jogos para o Distrito Federal e atraia bons públicos. Diante deste futuro cenário, o  secretário-adjunto de Esporte, Turismo e Lazer, Jaime Recena publicou um vídeo na qual levanta uma campanha para derrubar a decisão. 

"Foi decidido que os clubes não poderão realizar partidas fora dos estados de origem. Essa decisão não atrapalha somente os funciomentos dos estádios que foram construídos para a Copa do Mundo. Mas atrapalha principalmente você, torcedor, de ver seu time de coração jogando na sua cidade, pertinho da sua casa. CBF, essa decisão ainda irá contribuir para que os estádios ficam vazios. E não é isso que a gente quer; Mas esses estádios foram construídos com muito dinheiro público, o seu imposto, torcedor. O Flamengo tentou encabeçar este pleito e a CBF não atendeu. Vamos juntos, então. Libera CBF!", diz Jaime, no vídeo abaixo.

 MOTIVOS DA DECISÃO

A decisão que partiu do Atlético para evitar a "venda" de mando de campo se dá pela justificativa de manter a idoneidade técnica da disputa do Brasileirão. O Galo, por exemplo, se sentiu prejudicado quando o América levou a partida contra o Palmeiras para Londrina, em troca de R$ 700 mil. O Coelho era o lanterna da competição e abriu mão de trazer o líder Palmeiras para o Independência, preferindo uma praça na qual o Verdão se sentiria menos como um "visitante".

Na ocasião, o Atlético disputava a liderança com a equipe paulista e o presidente do Galo, Daniel Nepomuceno, considerou a atitude da diretoria americana como "vergonhosa". Na votação da CBF, o clube alvnegro conseguiu prevalecer o desejo da proibição numa votação de 14 a 6, com o Flamengo votando contra, alegando que possui uma torcida distribuída nacionalmente e, portanto, com intensões de jogar como mandante em outras regiões do país, fora do Rio de Janeiro ou até mesmo do sudeste brasileiro. 

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