MADRI - O técnico do Barcelona, Luis Enrique, pediu neste sábado à Justiça espanhola que investigue a denúncia de um árbitro assistente, que disse ter sofrido pressões para prejudicar o time catalão no próximo clássico contra o Real Madrid, marcado para 21 de novembro. "Estas notícias não deixam de nos surpreender, e não deixam de ser desagradáveis", comentou o treinador na entrevista coletiva realizada na véspera do duelo com o Eibar, válido pela nona rodada da Liga Espanhola. "Espero que isso seja investigado a fundo, para evitar qualquer risco para o nosso futebol", completou Luis Enrique. A polêmica começou na quarta-feira, quando vários veículos da imprensa espanhola revelaram que a Procuradoria Anticorrupção de Barcelona recebeu uma denúncia anônima de um árbitro assistente que alega ter recebido "instruções" destinadas a "prejudicar os interesses" do clube catalão. Essas diretrizes teriam sido passadas pelo árbitro principal, com o qual o bandeirinha costuma trabalhar. "Se formos escolhidos para apitar o clássico, ele me disse que teríamos de tentar dirigir o jogo de uma determinada maneira, o que supõe, em definitivo, prejudicar os interesses de um dos dois clubes, o FC Barcelona", indica o documento. O autor da denúncia diz ter protestado contra as instruções dos superiores e que recebeu um telefonema de um membro da Comissão Técnica dos Árbitros, dando a entender que seria "mais inteligente" seguir as instruções para subir na carreira. O advogado do bandeirinha, Jacinto Vicente, deixou claro que seu cliente não quer divulgar seu nome por temer represálias. "Já existem problemas o bastante para colocar mais lenha na fogueira. Parece óbvio que é preciso investigar isso ao máximo, para saber se isso faz sentido, ou se foi apenas inventado por alguém. Nesse país, tudo é possível", enfatizou Luis Enrique. O futebol espanhol se encontra num momento delicado, com o presidente da federação do país, Angel Maria Villar Llona, sendo investigado pela Comissão de Ética da Fifa pelo suposto envolvimento em um esquema de corrupção na escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022.