Vice-campeã mundial de luta em 2014 e quinta colocada nesta temporada, Aline Silva lançou uma campanha online de arrecadação de recursos para tentar levar seu marido, Flávio Ramos, às viagens que faz para competir. Ele serve de sparring nos treinos dela e a lutadora alega que sente falta desses trabalhos quando está fora do País.
"Treino com meu marido todos os dias pois não tenho mulheres do meu peso para treinar. Se eu treinar com as outras meninas, posso machucá-las, pois sou muito grande. Ainda não conseguimos apoio o suficiente para levar adiante essa parceria de sucesso, e sem conseguir manter meu marido treinando comigo, meu projeto olímpico fica muito prejudicado", escreveu Aline na página da campanha, que pretende arrecadar R$ 18 mil.
A lutadora já havia reclamado da ausência do marido à imprensa durante os Jogos Pan-Americanos. A Confederação Brasileira de Lutas Associadas (CBLA) alega que nenhuma outra atleta tem o privilégio de viajar com um sparring próprio. Além disso, a presença do marido de uma lutadora no meio de uma delegação feminina poderia causar desavenças.
Diferente do que alega Aline Silva, ela não é a única atleta peso pesado do Brasil, ainda que seja claramente a melhor. Em março, ela foi a campeã nacional, batendo na final Leticia Lalli, do Paraná. Mileide Oliveira e Keila Silva também foram ao pódio.
Como todos os atletas do Sesi-SP, Aline Silva é contratada pelo clube por carteira de trabalho. Vice-campeã mundial, ela recebe a mais alta faixa do Bolsa Pódio: R$ 15 mil ao mês. Além disso, a lutadora é 3º Sargento da Marinha, com direito a solto que supera R$ 3 mil. Essas três fontes, assim como a CBLA, garantem à lutadora equipe multidisciplinar.
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