Maconha, faixa e cuspes: versões que explicam o confronto entre PM e torcedores do Racing

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
05/05/2016 às 20:19.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:17
 (Cristiano Martins/Hoje em Dia)

(Cristiano Martins/Hoje em Dia)

Quando o primeiro tempo da partida estava perto do fim, a 'guerra' entre Atlético e Racing no campo do Independência teve as atenções divididas para a batalha protagonizada entre homens da Polícia Militar de Minas Gerais e torcedores argentinos. Várias versões foram criadas para explicar o motivo da confusão que resultou na prisão de quatro integrantes da torcida racinguista. A presença de drogas, a dificuldade de estender faixas e bandeiras e a tentativa de cuspir no setor Galo na Veia Black seriam os motivos do confronto.

O consulado argentino, por meio do cônsul José Cafiero e do adjunto Mariano Guida, conseguiu a liberação dos detidos por volta das 11h desta quinta-feira e todos puderam retornar à Argentina. Os torcedores do Racing reclamam de ação truculenta da PMMG. Segundo o Hoje em Dia apurou, há ainda uma justificativa da repressão violenta posterior à provocação de torcedores argentinos, que também teriam cuspido em agentes da Polícia e adotado uma postura corporal levantando a 'guarda' e chamando os PMs para o confronto físico. A detenção dos quatro argentinos foi motivada, segundo as fontes, pelos delitos de lesão coporal e danos à propriedade.

A reportagem entrou em contato com um torcedor do Racing que testemunhou toda a baderna no setor Especial Ismênia. Para Pablo Delpiero, membro do DDH (Departamento del Hincha) do Racing, o tratamento da PM aos argentinos foi de "reprimir sem medir as consequências". Delpiero não soube dizer os motivos que geraram o conflito, mas confirmou ter tomado ciência das versões acima citadas.

"Eu, honestamente, não sei qual foi o gatilho para tal selvageria, mas não há nada que justifica isso. Graças a Deus não estava no local no momento em que começou a bater. Estava mais no meio da tribuna. Há a versão de que alguns estavam fumando maconha, outra que eles foram cuspindo para baixo da arquibancada e outra que queriam (PM) remover as bandeiras. Seja o que for, nada disso poderia dar origem ao que aconteceu ontem. Foi uma caça", disse o torcedor, ao Hoje em Dia.

Já a Polícia Militar se pronunciou oficialmente através do chefe da sala de imprensa. O Capitão Flávio Santiago explica que a PMMG agiu legalmente, fazendo uso de ação proporcional à situação para "garantir a restauração da ordem pública".

"A Polícia Militar, diante do comportamento antissocial, e treinada para agir para a manuntenção da ordem pública, agiu dentro dos ditames da legalidade valendo-se da proporcionalidade e conveniencia da atuação. Garantiu a defesa e a ordem pública, a restauração da ordem pública. As atuações da Polícia Militar no jogo foi dentro da legalidade e do esforço necessário e proporcional para garantia da ordem pública", explicou o Capitão Santiago.

O cônsul-adjunto Mariano Guida esteve presente no Independência e se dirigiu ao local do confronto assim que o problema começou. Guida também afirmou que não poderia cravar o motivo do tumulto. Entretanto, também ficou sabendo da versão acerca da faixa que a Guardia Imperial queria pendurar na arquibancada superior do Horto.

"Eles foram liberados agora, às 11h. Começamos a trabalhar com eles ontem à noite diante dos incidentes. A verdade é que eu não sei como começou a confusão. Quando cheguei na arquibancada, já tinha começado, muita confusão com policial e torcedores. Escutei algumas versões, mas nada oficial. Aparentemente era um problema com uma bandeira. Mas nada que eu possa afirmar", afirmou Guida, ao Hoje em Dia.

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