Mano Menezes ‘arruma a casa’ e afasta Raposa de posição incômoda na tabela do Brasileirão

A partida já havia terminado. No estacionamento do estádio Mineirão, empolgados com a vitória do Cruzeiro por 2 a 0 sobre o Coritiba, no último domingo, vários torcedores se instalaram ao redor do ônibus do clube em busca de um registro. Mas o alvo dos flashes não era Fábio, Willian ou Júlio Baptista. O mais procurado pelos fãs era o técnico Mano Menezes.

A justificativa por tamanho assédio está nos números. Desde a chegada do treinador à Toca da Raposa, o Cruzeiro tem aproveitamento de quem briga pelo G-4 no Brasileirão.

Em seis confrontos, foram três vitórias, dois empates e só uma derrota. O rendimento é de 61%, semelhante ao líder Corinthians, e ao vice Atlético nesse mesmo período.

O desempenho afastou a Raposa ainda mais da temida zona de rebaixamento. Com a vitória sobre o Coritiba, a equipe estrelada conseguiu abrir cinco pontos da degola e respirar mais tranquila no Brasileirão.

De acordo com o departamento de Matemática da UFMG, a probabilidade de o Cruzeiro ser rebaixado caiu para apenas 4%.

Além disso, a boa performance contrasta com o aproveitamento dos principais concorrentes do Cruzeiro contra o descenso. À exceção de Vasco e Coritiba, os adversários que lutam contra o Z-4 somaram mais derrotas que vitórias.

Segundo as projeções estatísticas, a Raposa deverá se salvar do rebaixamento se vencer três dos dez jogos restantes. Assim, chegaria aos 45 pontos, número considerado suficiente pelos analistas. “Não podemos perder o foco. Temos o Grêmio pela frente. Quero que a equipe vá avançando, mas com passos seguros. Nessa hora não é permitido oscilar. Prefiro que não se faça tudo, mas que, quando avance, seja com passos seguros”, analisou Mano.

Relação oposta

Mano chegou ao Cruzeiro justamente no momento em que a China Azul protagonizava uma verdadeira queda de braço com o antecessor no comando técnico, Vanderlei Luxemburgo. A cada partida, gritos de “Fora, Luxa” eram ecoados na arquibancada.

O ex-treinador se despediu da Toca da Raposa com um aproveitamento de 41,7%. Em 17 partidas no Brasileirão, ele conquistou seis vitórias, três empates e oito derrotas.

Pés no chão

Apesar da evolução recente, Mano adota cautela e ainda projeta muito trabalho para tirar o Cruzeiro da atual situação. Há pouco menos de um mês à frente da equipe, o treinador garante que já decifrou o estilo de jogo do grupo.

“Tenho bastante dificuldade de falar sobre essas questões, de time com a cara do técnico. O Cruzeiro tem um jeito de jogar, e não pretendo mexer, porque é a cultura do clube, e é isso que o torcedor gosta de ver”, observou.

“Você tem que assumir para si essa responsabilidade. Isso eu gosto que as minhas equipes façam. Mas isso é mais difícil (jogar na parte de baixo da tabela)”, concluiu o treinador.

                                                          Arte