A CPI da Máfia do Futebol acabou oficialmente na última quarta-feira, sem sequer haver um relatório final sobre os trabalhos de investigação, iniciados em março deste ano. Ao Broadcast Político, serviço de informação em tempo real da Agência Estado, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai dar mais 20 dias de prazo, a partir desta quinta, para apresentação e votação do parecer do deputado Fernando Monteiro (PP-PE).
A comissão foi criada em março deste ano e teve apenas 16 sessões realizadas. Sem resposta da presidência da Casa até quarta, o presidente da CPI, Laudívio Carvalho (SD-MG), enviou um comunicado aos membros informando que, como não havia despacho sobre o requerimento de prorrogação, a CPI seria extinta.
No início do mês, foi encaminhado um requerimento de prorrogação da CPI, que foi atendido no dia 11 de julho pelo então presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA). No dia seguinte, o pepista voltou atrás da prorrogação sem dar maiores explicações.
Durante seu funcionamento, a CPI ouviu o pai do jogador Neymar, do Barcelona, o ex-deputado e secretário-geral da CBF, Walter Feldman, e jornalistas que acompanharam as investigações sobre o escândalo de corrupção na Fifa.
Os principais alvos das investigações da CPI eram os dirigentes José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo del Nero, que sequer foram ouvidos pelos parlamentares. A CPI chegou a aprovar requerimento para que membros fossem aos Estados Unidos e à Suíça buscar documentos e informações sobre as apurações, mas com o prazo exíguo, nenhum deputado conseguirá viajar a tempo.
Segundo assessores da comissão, o andamento dos trabalhos da CPI foi prejudicado pela comissão especial do impeachment da presidente Dilma Rousseff e pelas sessões do Conselho de Ética que analisava o processo por quebra de decoro parlamentar do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Membros da CPI que integravam esses colegiados acabaram priorizando o impeachment e o pedido de cassação de Cunha.
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