A Federação Internacional de Natação (Fina) afirmou, nesta segunda-feira (10), que não deverá punir a Federação Mexicana de Natação (FMN) por declaradamente fraudar os índices de seus atletas para que eles tivessem condições de participar do Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos de Kazan, na Rússia, encerrado no domingo (9).
A fraude foi facilmente verificada. Nos 50m livre, por exemplo, Alejandro Escudero foi inscrito com o tempo de 22s24, mas o recorde mexicano é 22s77, o que comprova que ele nunca nadou tão rápido assim. Escudero poderia participar do Mundial com seu índice verdadeiro, mas a falsificação permitiu que um segundo atleta, Lorenzo Loria, pudesse ser inscrito.
No total, o México deliberadamente adulterou os índices de 32 atletas. Nos 100m borboleta, Sharo Rodríguez e Laura Arroyo foram inscritas com 59s12 e 59s14, respectivamente, enquanto o índice era 59s16. No Campeonato Mexicano, elas fizeram 1min02s36 e 1min02s52, respectivamente, e por isso só uma delas poderia estar no Mundial, uma vez que não tinham índice A.
Em nota, a Federação Mexicana disse que os ajustes foram "com o único propósito de que o sistema de inscrições admitisse os atletas" e reiterou que não fez isso de má fé. A entidade alegou que fez isso para dar moral à natação mexicana, abalada depois que Guadalajara perdeu o direito de sediar o Mundial de 2017.
O diretor-executivo da Fina, o romeno Cornel Marculescu disse que "os tempos servem apenas para colocar os nadadores em uma raia determinada dentro da série um ou dois". "Depois, todo mundo deve saber nadar", disse ele, minimizando que os atletas sequer tinham direito de estar nas séries. De qualquer forma, ele ressaltou que a Fina não tem regulamentação para punir esse tipo de prática. Nenhum mexicano passou das eliminatórias.
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