(Cristiano Andujar/CBT/divulgação)
A quadra de saibro em que deram os primeiros saques e devoluções sob os olhares do técnico Roberto Carvalhaes, o Neneco, deu lugar a uma piscina, no Minas I. E muita coisa se passou até que duas das principais esperanças brasileiras de medalha olímpica voltassem ao local em que tudo começou, para defender o Brasil no confronto com o Equador, pelas finais do zonal americano da Copa Davis de Tênis. Os juvenis esforçados e talentosos prosperaram na difícil peneira do circuito profissional e hoje são referência, com títulos de Grand Slam, presença nas finais da ATP e vários feitos no currículo. Marcelo Melo e Bruno Soares encaram os equatorianos Emilio Gómez e Roberto Quiroz às 14h, na Arena JK, dispostos a manter o ótimo retrospecto e afinar a parceria para brilhar no Rio.
As trajetórias não poderiam ser mais parecidas. Ambos são filhos de engenheiros – o pai de Marcelo, Paulo Ernane, foi um bom tenista amador e o irmão e hoje treinador Daniel teve resultados promissores, até se concentrar na preparação do mais novo. E foram parar nas duplas a duras penas, depois de lutar nos quatro cantos do mundo por vagas na chave principal dos torneios em simples – é pratica comum entre quem começa a carreira e não supera os qualis formar parcerias para atuar nas duplas, não perder a viagem e conquistar alguma premiação.
Girafa
Boas lembranças de um tempo difícil que forjou o caráter de ambos e não tirou o bom humor característico. Com seus 2,03m, Marcelo não apenas ganhou o apelido de Girafa como o incorporou, com direito a blog em que por um bom tempo revelou os bastidores do circuito da ATP. Bruno também faz parte do time de boas-praças do esporte. O respeito, no entanto, foi conquistado dentro da quadra, com muito suor. Juntos, entre 2010 e 2011, venceram os Torneios de Nice, Santiago e o Brasil Open, além de Estocolmo’2012. Como em qualquer parceria que se preze, veio a separação, que fez bem a ambos.
Bruno passou a jogar com o austríaco Alexander Peya; Marcelo, ao lado do croata Ivan Dodig. O primeiro deu fim a um jejum que durava desde 2001 ao conquistar o primeiro título de Grand Slam desde a era Guga –o de duplas mistas no US Open’2011, com Ekaterina Makarova. Dois anos depois, feito repetido com a indiana Sania Mirza. Neste ano, a consagração com Peya no Aberto da Austrália. Já Melo somou à galeria três títulos de Masters 1.000 e o de Roland Garros ano passado, quando terminou a temporada como primeiro do mundo.
Agora, é a vez da luta por um pódio olímpico. Antes, a chance de jogar juntos no mesmo clube em que deram início a tudo. Um momento especial para ambos e motivação para que os espera daqui a pouco mais de três semanas.
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