Servidor teria impedido socorro ao torcedor celeste que morreu baleado no último sábado
(César Gordin / Redes Sociais / Reprodução)
O vereador de Belo Horizonte, César Gordin (Solidariedade), demitiu um assessor parlamentar suspeito de participar da briga entre torcedores de Atlético e Cruzeiro, no sábado (2), na região do Barreiro, em Belo Horizonte. O homem teria impedido o socorro ao torcedor celeste que morreu baleado durante o confronto entre as organizadas Galoucura e Máfia Azul.
Em nota publicada nesta segunda-feira (4), Gordin, que é ex-presidente da Galoucura, disse que não é conivente com brigas entre os torcedores. O parlamentar também informou que o esporte é um meio de recuperação e ressocialização para “qualquer um que cometeu um erro no passado”. Dessa forma, ele dá oportunidades às pessoas que já tiveram envolvimentos com a Justiça.
Dentre elas, está o assessor, condenado em 2013 por homicídio e formação de quadrilha, após briga entre organizadas, que culminou na morte do cruzeirense Otávio Fernandes, 19 anos, em novembro de 2010, na avenida Nossa Senhora do Carmo, próximo a Arena Hall.
Em 2018, o homem sofreu nova condenação por lesão corporal leve, também por briga entre torcidas. Conforme registrou a Polícia Militar na época, o torcedor alvinegro foi sentenciado a um ano e quatro meses de prisão.
“Dei oportunidades para quem cometeu erro no passado, a fim de que tivesse oportunidade de trabalho digno para sustentar sua família. Entretanto, lidero meus assessores e atletas pelo exemplo, e não aceito participação em briga de qualquer tipo, como a que ocorreu no sábado (02/03)”, afirmou Gordin.
O parlamentar lamentou a tragédia de sábado, e “espera que a Justiça seja justa, punindo os culpados na medida de suas ações e com base nos fatos que aconteceram”.
Confira a nota completa:
Como todos sabem e eu tenho orgulho de dizer, construí minha trajetória no esporte e na Torcida Galoucura. Fui lutador profissional, professor de luta, secretário de esportes de Santa Luzia,presidente da torcida entre 2012 e 2016, período em que não houve nenhuma morte por briga de torcida em Minas Gerais. Sempre fui ponderado nas minhas posições, prezando pelo diálogo, respeito ao dinheiro público e a legalidade.
No meu gabinete, trabalham várias pessoas que passaram por essa trajetória comigo, exercendo diferentes funções. Dei oportunidades para quem cometeu erro no passado, afim de que tivesse oportunidade de trabalho digno para sustentar sua família.
Entretanto, lidero meus assessores e atletas pelo exemplo, e não aceito participação em briga de qualquer tipo, como a que ocorreu no sábado (02/03).
Não sou polícia, nem Justiça para investigar ou julgar ações de quem trabalha em meu gabinete fora do seu horário de trabalho, em sua vida privada. Mas, até que todos os fatos sejam apurados e identificados os responsáveis, decidi pela demissão imediata do meu assessor que foi citado como tendo tido envolvimento na briga do final de semana.
Certo de que a recuperação e a ressocialização de qualquer um que cometeu um erro no passado passa pelo esporte, seguirei firme com meus projetos sociais, formando cidadãos e campeões do esporte.
Torço para que as autoridades escutem mais as torcidas, para que brigas não ocorram mais. Esse é um fenômeno social complexo e para ser de fato resolvido não deve ser tratado com soluções simplistas.
Por fim, reforço que lamento muito a tragédia de sábado, e espero que a Justiça seja justa, punindo os culpados na medida de suas ações e com base nos fatos que aconteceram ali.
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