MP abre investigação sobre França e Thiago Heleno, do Figueirense

Gazeta Press
11/12/2014 às 16:47.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:20
 (Luiz Henrique)

(Luiz Henrique)

O Campeonato Brasileiro de 2014 já chegou ao fim, mas isso não significa que a temporada terminou para dois jogadores do Figueirense: França e Thiago Heleno. O Ministério Público de Santa Catarina requisitou uma investigação sobre a violência dos atletas do time catarinense na última rodada da competição, contra o Internacional, no Orlando Scarpelli. Ou seja, o departamento jurídico do Alvinegro pode ser obrigado a retomar o jogo – dessa vez, nos tribunais da justiça desportiva e comum.   O MP pediu à 3ª Delegacia de Polícia da Capital a instauração de um inquérito sobre o entrevero. Em entrevista ao Diário Catarinense, o promotor Carlos Alberto Platt Nahas disse que as agressões ocorridas dentro de campo podem se refletir no comportamento dos torcedores, dentro e fora dos estádios.   “Se ele parte para a violência durante a partida, ela se propaga dentro e fora dos estádios. Existe um tabu de que pode tudo em eventos esportivos, mas não é o caso. Queremos acabar com essa cultura de violência dentro dos estádios. Ninguém está acima da lei. Eles devem ser punidos na esfera esportiva pelo STJD e na criminal pela Justiça Comum”, declarou o promotor à publicação.   O promotor aproveitou para explicar que a investigação partiria do artigo 41-B do Estatuto do Torcedor, que pune com dois anos de reclusão e multa o crime de “promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em eventos esportivos”.   “O jogador (França) ter corrido atrás do árbitro foi uma atitude ridícula, parecia um jogo de várzea. É impossível que a gente aceite esse tipo de comportamento em campo. Felizmente, essa atitude lamentável não reverberou nas arquibancadas, mas continua sendo condenável. Estamos investigando os dois jogadores: França e Thiago Heleno. Mas são pessoas, com título de eleitor e CPF. O Figueirense não tem absolutamente nada a ver com essa investigação”, afirmou Nahas.   Entenda o ocorrido   O primeiro tempo quente esquentou os ânimos dos jogadores de Figueirense e Internacional, quando a partida ainda estava empatada em 1 a 1. Na volta para a segunda etapa, França foi o primeiro expulso, aos 31 minutos.   Em seguida, foi a vez do Inter ficar com um a menos, com a expulsão de Alan Ruschel. Na marca dos 44, no apagar das luzes do jogo, Wellington Paulista e Nirley se desentenderam e também foram para o chuveiro com antecedência. No entanto, a partida estava fadada a não terminar empatada. Wellington Silva virou o jogo aos 49 do segundo tempo, e o árbitro Marielson Alves Silva encerrou o duelo logo em seguida, levando o elenco alvinegro à ira.   Na súmula, Marielson relatou que foi empurrado pelo volante França, seguido por uma série de atletas do Figueira – que precisaram ser contidos pela polícia, pelo técnico Argel Fucks e por Rafael Moura.   “Recebi um empurrão pelas costas do atleta nº 16, Wellington Wildhy Muniz dos Santos (França), da equipe do Figueirense Futebol Clube, criando um tumulto, o que me fez correr em direção ao policiamento. Só foi possível identificar o jogador em função da informação do assistente nº 2, Sr. Luiz Teixeira. Informo que o atleta citado continuou correndo atrás de mim com a clara intenção de me agredir. Informo ainda que o Sr. Wellington W. M. dos Santos já havia sido expulso durante a partida e encaminhado ao vestiário. Não sabemos informar de que forma o atleta retornou e invadiu o campo de jogo. (...) Após o término da partida e ainda dentro de campo, recebi um empurrão com as duas mãos em meu peito do atleta do Figueirense Futebol Clube, Sr. Thiago Heleno Henrique Ferreira, nº 4”, relatou o árbitro da partida.  

O volante França precisou ser contido pelo atacante Rafael Moura, do Internacional (Foto: Luiz Henrique/Figueirense)   Por outro lado, o atleta Pablo, autor do único gol do Figueira na derrota, criticou a atuação do oficial de arbitragem. “Não tem nem o que falar. A expulsão do França foi injusta, foi uma vergonha. Era só para amarelo”, afirmou o atacante, em sintonia com o técnico Argel Fucks.   “O ponto de desequilíbrio da partida foi a expulsão do França, depois disso o jogo descambou. Não consigo entender a arbitragem, sempre vai ser assim, sempre acontecem as mesmas coisas. Parece que precisam expulsar um jogador do time que está ganhando, ainda mais se é time pequeno. O França não fez nada, não foi nada. O jogo foi estragado, jogador não tem sangue de barata”, desabafou o treinador em entrevista coletiva.

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