(Bruno Cantini/Atlético e Vinnicius Silva/Cruzeiro)
A vaga nas semifinais da Copa do Brasil é o mais importante em disputa quando a bola rolar hoje às 19h15, no Independência, na volta do clássico entre Atlético e Cruzeiro. Mas não é apenas ela, bem como o polpudo prêmio de R$ 6,7 milhões que seguirá para os cofres de quem permanecer na competição. Estatísticas, supremacia e mesmo o futuro próximo de Galo e Raposa podem sofrer os efeitos do que ocorrer ao longo dos 90 minutos (e até das cobranças de pênaltis), caso o alvinegro devolta os 3 a 0 de quinta, no Mineirão.
Dono de uma vantagem nada desprezível, embora tratada com cautela, o Cruzeiro garante, com a classificação, um refresco nas combalidas contas, mantendo na mira um cheque que seria de R$ 21 milhões caso fique com o vice; ou R$ 52 mi, caso levante o troféu pelo terceiro ano consecutivo. Seria ainda, a primeira vitória num mata-mata nacional com o principal rival, ainda por cima conquistada no campo do adversário. E ajudaria a equilibrar uma balança, na década, que pendia inicialmente para o lado do time de Lourdes, com sua primeira Libertadores (2013) e a Copa do Brasil conquistada justamente com um clássico na grande final.
Patamar
Já no outro lado, uma classificação difícil, mas com precedentes no ano do título, poderia levar o grupo comandado pelo técnico Rodrigo Santana a outro patamar. Com motivação e opções para lutar não só pelo bi da Copa do Brasil, mas também pela Sul-Americana e por, no mínimo, uma posição no G-4 do Brasileiro. De quebra, impondo aos comandados por Mano Menezes uma derrota por diferença não registrada nestes quase três anos da segunda passagem do gaúcho pela Toca da Raposa II. Não bastasse, o reforço financeiro também ajudaria no esforço para ajustar as contas e enfrentar uma dívida ainda elevada.
Cereja no bolo, um triunfo atleticano certamente levaria a crise do rival a um nível quase insustentável, mesmo dentro de campo. Um adeus da Raposa à Copa do Brasil, diante do começo complicado no Brasileirão, transformaria a Libertadores na 'tábua de salvação' – e o desafio nas oitavas é nada menos que o atual campeão River Plate, pedreira mesmo para "La Bestia Negra". Somando com as questões extra-campo, um cenário de pesadelo para o clube do Barro Preto nos cinco meses restantes do ano.
Certo é que, qualquer que seja o classificado, o clássico de hoje deixará marcas dos dois lados. Resta saber quem ficará com as positivas.