Muricy desabafa e critica planejamento do São Paulo

Silvio Barsetti
17/11/2013 às 21:15.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:12

O técnico Muricy Ramalho disse que ainda há muita coisa errada no São Paulo e que isso deve ser discutido internamente. Ele afirmou que o clube não pode repetir na próxima temporada os erros de 2013. "Teve uma viagem que arrebentou com o time, todo mundo sabe, e teve peso direto no restante do ano", declarou, referindo-se à excursão do São Paulo à Europa no meio do ano. "Isso é planejamento, não se pode apagar determinadas coisas." Ele falou por cerca de 15 minutos após a derrota deste domingo, por 2 a 1, para o Fluminense, mas preferiu abordar mais assuntos não relacionados ao jogo.

"O Paulo Autuori (a quem substituiu) sofreu muito com isso, era jogo todo dia. E ele já foi campeão de tudo, tem muita experiência." De acordo com Muricy, o quadro mudou um pouco desde que chegou. Mas, mesmo assim, tem se visto obrigado a poupar jogadores na reta final do Campeonato Brasileiro e da Copa Sul-Americana - joga a primeira partida da semifinal contra a Ponte Preta na quarta-feira, no Morumbi. "A gente aperta, aperta, aperta, os caras chegam ao limite e tem uma hora que tem que soltar eles", disse.

O treinador admitiu que poderá manter os titulares na rodada do próximo fim de semana, contra o Botafogo, pelo Brasileiro. Neste domingo, somente os reservas atuaram. "É uma análise jogo a jogo, vamos ver depois de quarta."

Muricy comparou o São Paulo a "um boeing", que necessita estar 100% o tempo todo. "O futebol não perdoa, a bola pune. Quando cheguei, ninguém falava em Sul-Americana, somente em salvar o time no Brasileiro. Deu certo, mas e o risco?"

Ele não se estendeu sobre o clássico. Disse que o zagueiro Gum, autor do gol da vitória do Fluminense, deveria ter sido expulso antes, mas foi contido nas críticas à arbitragem. Elogiou alguns reservas, especialmente Lucas Evangelista e João Schmidt, embora tenha dito que o segundo não se livrou de alguns vícios, como o de tocar a bola para trás em demasia. Também enalteceu Rafael Tolói e Edson Silva e deu uma pequena estocada em Jadson e Oswaldo, que já serviram à seleção. "É com o jogador (permanecer no time). Tem que dar resultado, senão caem eles e o técnico."

O técnico também ressaltou o papel da torcida do São Paulo na recuperação do time. "Foi fundamental, agora em cada jogo vão 40 mil, 50 mil torcedores. Eles entraram em sintonia com todos nós e o grupo ganhou."

PROTESTO - O volante Wellington disse que o árbitro Márcio Chagas da Silva teve influência direta no resultado do jogo, ao não expulsar Gum, num lance em que o atleta do Fluminense deveria ter recebido o segundo cartão amarelo. "Os jogadores volta e meia são julgados pelo Tribunal. Já passou da hora de os árbitros terem o mesmo tratamento", desabafou, logo após o jogo, ainda no gramado.
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